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2015 04 24 17.08.51 1Brasil - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Brasil: crise passageira ou na direção da recessão profunda?


Foto: Diário Liberdade

O superávit primário e a política imposta pelo imperialismo

O PT tem cedido às pressões da direita, inclusive pelas limitações do próprio sistema político. O superávit primário, que são os recursos que devem ser priorizados para o pagamento dos juros da dívida pública, deveriam superar os R$ 160 bilhões. Por meio de uma série de manobras contábeis, no ano passado fechou em menos de R$ 10 bilhões. Essas manobras têm sido aprovadas pela base aliada, mas com crescentes deserções. Esse, junto com a corrupção na Petrobras, foi um dos principais pilares que a direita usou para impulsionar o impeachment do governo Dilma. Ao mesmo tempo, foram impostas uma série de condições para o PT governar.

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A equipe econômica foi a primeira a ser anunciada. Apesar de não ter apresentado uma política antipopular tão agressiva como o fez Aécio Neves (ex-candidato do PSDB à presidência da República), Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini (respectivamente ministros da Fazenda, Planejamento e Secretário do Tesouro) são representantes da direita. Levy era o responsável do banco de investimentos do Bradesco. Não chegava a ser sócio do mega especulador norte-americano George Soros, como Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central durante o último governo FHC), mas é "um homem do mercado", dos banqueiros, embora que de uma ala mais fraca.

Armínio Fraga, após ser apresentado por Aécio Neves como futuro ministro da Fazenda caso vencesse as eleições, declarou que a primeira medida dele seria reduzir os salários pela metade, pois esse seria o principal problema para a "competitividade das empresas". Os ataques aos direitos dos trabalhadores têm avançado no governo do PT, tanto por meio das privatizações ou o Projeto de Lei da Terceirização, a PL 4330, impulsionada pelos parlamentares da direita. Mas o imperialismo quer mais.

É precisa de mais. É a tentativa de salvar os lucros dos monopólios a qualquer custo. É a mesma política que tem sido aplicado na Europa, de maneira muito clara na Grécia, em Portugal e na Irlanda. É a continuidade da política dos governos FHC, de Margareth Thatcher e da Administração de Ronald Reagan, estes dois últimos os grandes impulsionadores do chamado neoliberalismo em escala mundial.

Agora se trata de uma nova onda neoliberal, mas nas condições do colapso do neoliberalismo, após 2008, e às vésperas de um novo colapso em escala muito maior. Trata-se da tentativa de aumentar o repasse de recursos para os monopólios tirando ainda mais dos trabalhadores. A ordem é acabar com todos os direitos trabalhistas e, na Europa, acabar com o chamado "estado de bem-estar social".

No Brasil, essa política está enfrentando resistência. Os mais ousados têm sido os governos do PSDB, nos estados de São Paulo e no Paraná. As greves, a resistência e o descontentamento avançam enquanto esses governos se encontram à beira do colapso: endividamento profundo, crise hídrica e dos serviços públicos, sucateamento dos serviços públicos. O grosso dos recursos continua sendo direcionado ao fortalecimento dos serviços repressivos.

Alejandro Acosta está atualmente na Rússia cobrindo os acontecimentos geopolíticos na região como jornalista independente.


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