Umha tarde cinzenta da emblemática cidade operária da Galiza, no coraçom das ruínas industriais de estaleiros e conserveiras provocadas pola UE e Espanha, no bairro viguês de Bouças, com a ria como fundo, a Unidade Popular deu a conhecer a sua posiçom para este 1º de maio.
A porta-voz nacional Rebeca Bravo e Telmo Varela, da Direçom Nacional, acompanhados por um conjunto de militantes vinculados diretamente com os diversos setores e segmentos do mundo do Trabalho: proletariado industrial, desempregad@s, precári@s, reformadas, juventude sem futuro, denunciárom a grave situaçom pola que atravessa o povo trabalhador galego em plena ofensiva da burguesia contra os nossos direitos, conquistas e liberdades.
As mentiras do PP
Rebeca Bravo denunciou a enorme falácia na que se sostém o "discurso triunfalista do PP anunciando o final da crise capitalista e a recuperaçom económica" pois contrasta com a "paulatina deterioraçom das condiçons de vida da classe trabalhadora e do conjunto das camadas populares galegas".
A porta-voz nacional da Unidade Popular afirmou que o "saldo destes cinco anos de crise sistémica é mui negativo para a imensa maioria social, que padecemos um retrocesso nas nossas condiçons materiais de vida, nos nossos direitos laborais e liberdades fundamentais".
Deriva autoritária do regime espanhol
Telmo Varela -operário do naval em desemprego-, foi claro à hora de reconhecer que na Galiza a “burguesia espanhola tem logrado até o momento impor o programa neoliberal da troika pola conivência do corrupto e entreguista sindicalismo espanhol, e pola ausência de umha estratégia encadeada e permanente de luita do sindicalismo galego”.
Mas também acrescentou que tanto Espanha como o Capital som “perfeitamente conscientes da volátil situaçom política e social, da ilegitimidade de um regime alicerçado nas desigualdades sociais, na opressom nacional e no latrocínio”. Eis as razons polas que o regime se “arma até os dentes, emprega umha brutal repressom policial, intoxica e manipula, impom umha férrea censura e mordaça informativa, implementa um conjunto de reformas do Código Penal e da legislaçom, visando impor o Estado autoritário que leva décadas sonhando o monopartidarismo bicéfalo”.
Abandonar as supertiçons e o fetichismo das urnas capitalistas
Rebeca Bravo apelou ao proletariado, à classe obreira, à juventude, às mulheres e ao conjunto dos setores populares galegos a abandonar qualquer esperança e ilusom na “alternáncia eleitoral e nas forças políticas eleitoralistas” pois a “mudança e a transformaçom que a imensa maioria desejamos emanará de um povo organizado, movimentado e em luita, nom de promessas eleitorais e do fetichismo das urnas do capitalismo”.
A dirigente do independentismo socialista foi enérgica à hora de destacar que a “greve geral, o protesto, a ocupaçom das ruas, som as nossas armas”, lembrando que nengumha das conquistas obreiras de magnitude atingidas em perto de dous séculos de luita “foi fruto da falsa “democracia” burguesa e sim de motins, revoltas, rebelions e revoluçons”.
A burla do diálogo social ente CCOO e UGT e governo de Rajói
Assim de contundente definiu Telmo Varela o recém recuperado diálogo social entre as duas principais organizaçons sindicais pactistas espanholas e o governo do PP, às que qualificou de autêntica “burla à nossa inteligência e à memória coletiva”.
Mas também incidiu em que de nada serve “submeter e condicionar as luitas populares a estratégias eleitoralistas que só pretendem alterar o mapa institucional a partir de reformas e remendos, sem questionar a essência do sistema”.
Telmo Varela manifestou que só depende do povo trabalhador “alterar o roteiro que pretendem impor a UE, Espanha e o Capital”. Mas para lográ-lo é imprecindível “umha prática anticapitalista coerente e conseqüente, construirmos coletivamente umha genuína alternativa socialista de libertaçom nacional”. Acrescentando que do “contrário estamos condenad@s a um futuro de miséria e opressom”.
Cortejo anticapitalista nas manifestaçons da CIG
Finalmente Rebeca Bravo apelou os setores mais combativos e avançados da classe obreira, mulheres e juventude a participar no cortejo anticapitalista de NÓS-Unidade Popular nas manifestaçons que convoca a CIG.