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settonBrasil - Diário Liberdade - Neste domingo (13), completou-se 47 anos desde que foi editado o Ato Institucional Nº 5, o AI-5, em 13 de dezembro de 1968. Isso permitiu ao regime militar cassar direitos políticos e sociais, censurar a já autocensurada imprensa, fechar o Congresso Nacional e intervir nos municípios e estados, o que aumentou a repressão ao movimento popular e a toda a população trabalhadora.


Foto: Manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo, pelo impeachment. Por Roberto Setton/Jornalistas Livres.

Como uma alusão a isso, organizações e partidos da direita brasileira realizaram por todo o país manifestações pedindo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, além das demonstrações fascistas de repúdio ao povo pobre e à classe trabalhadora, assim como a toda a esquerda, como de costume.

Os meios de comunicação a serviço da burguesia trataram de chamar a população a ir às ruas para apoiar a direita, como vem fazendo em todas as mobilizações reacionárias. Uma ampla cobertura, principalmente da Rede Globo, demonstrou claramente a manipulação, procurando destacar os pontos em que havia mais gente e fechando a câmera para mostrar apenas um enquadramento da realidade. Foi dado destaque a menos de uma centena de manifestantes em algumas capitais, assim como em Brasília.

A Polícia Militar também manipulou os números, mais uma vez, como sempre faz para acrescentar manifestantes onde era possível ver apenas o vazio. Em São Paulo, a PM estimou em 30 mil o número de manifestantes na Avenida Paulista, onde havia aglomeração apenas em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo) e ao prédio da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que deixou no meio da rua o pato gigante pedindo a redução dos impostos para a burguesia e apoaindo a manifestação.

Exatos nove meses antes, a mesma PM-SP havia divulgado que o ato contra a privatização da Petrobras e o impeachment organizado por sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda, havia tido uma adesão de apenas 13 mil pessoas, mesmo com a Avenida Paulista lotada de ponta a ponta por manifestantes.

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O Metrô, que havia liberado as catracas em manifestações anteriores da direita, fez com que seus funcionários de folgavam no dia fizessem hora extra para atender ao público que ia para a Avenida Paulista. Segundo a RBA, e-mail da direção da companhia também ordenava os trabalhadores a cumprirem uma carga horária maior, estendendo sua jornada até mais tarde ou entrando mais cedo.

No Rio de Janeiro, os direitistas que passeavam pela Avenida Atlântica hostilizaram um grupo de ao menos 100 skatistas – a maioria negros, jovens e pobres – que passou pela local. A PM, que estava presente para apoiar e proteger os manifestantes, mostrou também, mais uma vez, a sua sede de sangue da periferia. Um policial apontou uma arma com balas de borracha para os jovens, tentando intimidá-los. Eles responderam as ameaças gritando “contra a burguesia” e “fora coxinha”, segundo a mídia comercial.

Empresariado pelo impeachment

O setor industrial apoia o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o que colocaria os setores mais à direita no poder. O empresário presidente da FIESP e membro do PMDB, Paulo Skaf, concedeu entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, um dos defensores do “golpe branco”, afirmando seu apoio à saída de Dilma.

“O empresariado, o mercado e a maioria da sociedade veem com bons olhos uma mudança no cenário político”, disse. É verdade que a burguesia quer que seus lucros alavanquem mais ainda do que já estão sendo alavancados pelo governo do PT, mas, pelo menos segundo as enxutas manifestações deste domingo, a maioria da sociedade não concorda com uma troca de comando da representação burguesa.

De acordo com Skaf, “maciçamente, o empresariado e os setores produtivos querem mudança”, um novo governo sem Dilma. “É maciço em São Paulo. O sentimento no País é de mudança”, afirmou.


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