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sedaDiário Liberdade - [Alejandro Acosta] Por trás dessas movimentações, se encontra a política impulsionada, em primeiro lugar, pela China, denominada "O Novo Caminho da Seda", e da qual participam também as potências europeias. Trata-se do fortalecimento da aliança entre as potências regionais asiáticas, a Rússia e as potências europeias, a partir da criação e do aperfeiçoamento das rotas terrestres e marítimas.


O que está por trás do desenvolvimento da aliança Rússia-China?

Conforme tem aumentado a pressão do imperialismo sobre as potências regionais, principalmente após o colapso capitalista de 2008, a aliança entre a Rússia e a China tem se fortalecido. A União Euroasiática, impulsionada pela Rússia, se conecta com a política chinesa do chamado Novo Caminho da Seda.

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A China não aplicou sanções contra a Rússia nem condenou a anexação da Crimeia nem o apoio às repúblicas separatistas do leste da Ucrânia. Essa política representa uma mudança em relação à política chinesa de 2008, quando a China não condenou a intervenção militar russa na Geórgia, mas não reconheceu as repúblicas separatistas da Ossétia do Sul e da Abkhazia.

Na base do fortalecimento dessa aliança se encontra a necessidade imperativa da procura por novos mercados por causa do enfraquecimento dos países desenvolvidos. Em paralelo com os gigantescos acordos no setor de energia e o fortalecimento da aliança militar, tem sido fortalecidos o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, O Banco de Infraestrutura da Ásia e a OCX (Organização de Cooperação de Xangai). A OCX está prestes a incluir a Índia e o Paquistão no meio do ano, e o Irã no próximo ano.

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Por trás dessas movimentações, se encontra a política impulsionada, em primeiro lugar, pela China, denominada "O Novo Caminho da Seda", e da qual participam também as potências europeias. Trata-se do fortalecimento da aliança entre as potências regionais asiáticas, a Rússia e as potências europeias, a partir da criação e do aperfeiçoamento das rotas terrestres e marítimas.

A evolução política no sentido do fortalecimento dessa aliança é torpedeada pelos Estados Unidos que, além de terem apertado o cerco contra a Rússia e a China, tentam conter o desenvolvimento das políticas da Alemanha e da França nesse sentido.

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Aqui a visão do Novo Caminho da Seda na visão oficial dos próprios chineses.

A política da Rússia em relação às potências do extremo oriente asiático

A Rússia tenta se valer dos investimentos das potências asiáticas para promover o desenvolvimento na Sibéria e no extremo oriente russo por causa da debilidade da própria economia. O rublo e o yuan avançam nas relações comerciais. O yuan avança no processo de internacionalização. A Rússia passou a priorizar o yuan e o dólar de Hong Kong nas transações internacionais.

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Em 2014, os intercâmbios comerciais entre a China e a Rússia somaram US$ 95 bilhões. Em maio de 2014, foi assinado o acordo pelo qual a Gazprom (a gigante russa do gás) fornecerá US$ 400 bilhões durante 30 anos. O acordo também contempla o fornecimento de petróleo russo, a compra de ativos do setor de petróleo e gás pelas empresas chinesas, que poderão substituir os investimentos da BP e da Exxon que ficaram inviabilizados por causa das sanções.

Exercícios navais conjuntos entre a China e a Rússia deverão ser repetidos no Mar Mediterrâneo. Neste ano, acontecerá a celebração conjunta da derrota do Japão em setembro 1945. Xi Jiping participará das celebrações do 9 de maio em Moscou.

A relação com o Japão retrocedeu devido a que o Japão estreitou as relações com os Estados Unidos, após a subida ao poder do governo direitista liderado por Shinzo Abe.

A relações com a Coreia do Sul, Singapura e Taiwan têm se desenvolvido com maior fluência do que com o Japão, mas têm avançado com maiores dificuldades conforme os Estados Unidos têm pressionado pela implementação da Aliança do Trans Pacífico.

As relações com a Índia avançam com dificuldades. O aprofundamento da crise tem levado a Índia a priorizar a aliança com os Estados Unidos, o Japão e a China. Mas a Rússia continua a ser um dos principais fornecedores de armas dos indianos, que consideram a China como a principal ameaça. Para balancear essa relação, a Rússia começou a repassar para os chineses mísseis de última geração, os S400.

O Vietnã, que é um importante cliente do setor armamentista, também é a porta de entrada da Rússia para a ASEAN (Associação das nações do Sudeste Asiático), na qual a Rússia tem interesse, além de permitir que as empresas russas explorem gás e petróleo no Mar do Sul da China. Mas também existe o problema das contradições que o Vietnã mantém com a China.

O desenvolvimento das relações sino-russas passam pelo desenvolvimento das contradições com os Estados Unidos, que, no próximo ano, passarão pelas eleições presidenciais. Há uma movimentação evidente à direita. As duas câmaras do Congresso já são controladas pelo Partido Republicano com forte influência da extrema-direita agrupada no Tea Party. A evolução da situação política, determinada pelo aprofundamento da crise capitalista, tem enfraquecido a política da Administração Obama que tem buscado um acordo com os chineses, no último período, em detrimento dos interesses da Rússia.

O impulso do Novo Caminho da Seda

O presidente chinês Xi Jinping lançou o chamado Cinturão Econômico do Novo Caminho da Seda em Astana, a capital do Cazaquistão, no mês de setembro de 2013. O objetivo é implantar uma série de ferrovias, rodovias, linhas marítimas e cinturões econômicos que têm como objetivo redesenvolver o antigo Caminho da Seda, do Extremo Oriente à Europa. O principal foco de atenção se relaciona com o sul da Ásia, o Sudeste Asiático, o Oriente Médio e a Europa. Mas o objetivo imediato é a Ásia Central, onde os investimentos têm sido bilionários. A Rússia funciona como o hub (nó) da integração da Ásia e a Europa.

Com o Cazaquistão, os investimentos ultrapassam os US$ 30 bilhões. Com o Uzbequistão, os US$ 15 bilhões. Com o Tajiquistão, em torno a US$ 10 bilhões. Além dos vínculos desses países com a Rússia, em termos de energia e dos aspecto militar, a China já está desenvolvendo um duto próprio desde o Turcomenistão.

O objetivo do governo chinês é completar o projeto até 2025. Além do crédito chinês direto para vários países, têm sido alavancados vários bancos de investimentos e alianças, por fora dos mecanismos controlados pelas potências imperialistas, principalmente o imperialismo norte-americano.

Alejandro Acosta está atualmente na Rússia cobrindo os acontecimentos geopolíticos na região como jornalista independente.


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