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garcia-marquez-320.jpg?2014Chile - Rebelión - [Pedro Echeverría V, Tradução do Diário Liberdade] 1. Morreu hoje (17) no México o novelista e escritor Gabriel García Márquez. 


Ele manteve uma posição de apoio a "um socialismo que não é o que desejava" mas que era o possível, dadas as dificuldades que impunha o imperialismo. Havia desejado – como todas as correntes da esquerda – que a experiência pró-socialista do governo de Salvador Allende no Chile fosse seguir em frente, mas nunca acreditou que permitiriam isso. E parece que essa consideração segue vigente: o império ianque tentará impedir, com todas as suas armas e exércitos, que Venezuela, Bolívia, Equador, El Salvador tomem o caminho do socialismo.

2. Em 1971, em meio ao governo de Allende (1970-1973), respondendo a uma pergunta de um jornalista nova-iorquino, declarou García Márquez: "Eu tenho a esperança de que toda a América Latina seja socialista, mas agora as pessoas estão muito iludidas com um socialismo pacífico, dentro da constituição. Tudo isso me parece muito bonito eleitoralmente, mas creio que é totalmente utópico. O Chile está condenado a um processo violento muito dramático. Mesmo que a Frente Popular vá avançando – com inteligência e muito tato, a passos bastante rápidos e firmes – chegará um momento em que encontrará um muro que lhe opõe seriamente".

3. Sem se dar conta, Gabriel García Márquez reconhecia fazendo-se ilusões, "os Estados Unidos ainda não estão interferindo", mas não vão ficar de braços cruzados. Não vai aceitar que seja um país socialista. Não vão permitir, não nos iludamos... Não é que eu veja (a violência) como uma solução, mas creio que esse muro, em algum momento, só se poderá derrubar com violência.

4. García Márquez – ante um conflito interno em Cuba de repressão a alguns poetas – permaneceu quase sozinho apoiando o governo cubano. Foi acusado de oportunista ou sonhador por seus colegas escritores. Dezenas de seus companheiros poetas, escritores, novelistas, romperam com o regime cubano e se aliaram aos regimes "democráticos" capitalistas. Foi então que declarou que, apesar de não estar de acordo com o tipo de "socialismo" que se construía, a outra posição seria apoiar o imperialismo.

5. A realidade é que, quase toda a esquerda radical na América Latina, pensava que a experiência no Chile estava muito longe de seguir adiante porque o exemplo da Revolução Cubana nos havia ensinado que o único caminho para a tomada do poder era a via armada. Ainda estavam vivas as guerrilhas na Colômbia, Guatemala e, ainda que o Che houvesse sido capturado e assassinado na Bolívia, seu exemplo era determinante nos jovens. Desse modo, quando se impôs o golpe de Estado dos militares no Chile, além de condená-lo parecia que nos deu a "razão".

6. No México, o governo de Luís Echeverría Álvarez em 1971, fazia muita demagogia falando da "abertura democrática"e libertando muitos presos políticos, sobretudo os de 1968; mas ao mesmo tempo se registrava no país o surgimento e fortalecimento de guerrilhas urbanas que levaria muitos jovens a serem assassinados em uma guerra suja que até hoje não foi esclarecida. A situação no México foi se complicando após grandes protestos e greves de trabalhadores, assim como de outra repressão que se iniciava. Assim, a política do Chile criou raízes no México.


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