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mexico32México - ADITAL - [Marcela Belchior] Neste dia 27 de março completam-se seis meses de desaparecimentodos 43 estudantes no Estado de Guerrero, no sul do México. Diante da falta de esclarecimento sobre o caso criminoso, que envolve a participação da agentes públicos, às vésperas das eleições regionais, previstas para o próximo dia 07 de junho, os pais e as mães das vítimas decidiram impedir o pleito, justificando que "votar em Guerrero é votar em narcopolíticos".


Foto: Familiares das vítimas em protesto.

"Em Guerrero, não haverá eleições porque votar na classe política significa votar em favor dos narcopolíticos. Realizar as eleições é a morte e, por isso, pedimos que a classe política seja limpa, porque, se não, continuarão ocorrendo casos parecidos ao do dia 26 de setembro [de 2014]", afirmou um porta-voz dos familiares dos jovens desaparecidos à imprensa.

Os familiares dos estudantes normalistas bateram o pé e garantem que somente permitirão a realização dos comícios eleitorais se os políticos deixarem suas relações com o crime organizado. Eles exigem, também, que o Estado mexicano, em suas diversas instâncias, abra novas investigações sobre o caso e esclareça o que houve, quem são os responsáveis e onde estão, afinal, os jovens que foram levados na madrugada do dia 27 de setembro da cidade de Iguala.

Para os familiares, o fato dos acusados direta ou indiretamente pelo crime poderem ser agentes públicos e membros da Polícia Municipal de Iguala, fragilizando as estruturas estatais, debilita as ações da Justiça. Ainda assim, mães, pais e outros parentes das vítimas asseguram que não deverão retroceder na pressão pela resoluçãodo caso.

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No final de setembro de 2014, um grupo de policiais disparou contra um grupo de alunos da Escola Normal de Ayotzinapa, que se deslocava em um ônibus para participar de uma manifestação pública. O ataque causou a morte de seis deles. A versão com qual as investigações oficiais trabalham até o momento indicam que os outros 43 jovens foram capturados pelos mesmos agentes e entregues ao cartel Guerreros Unidos. Este afirma que eles foram assassinados e incinerados em uma vala. Com exceção de um, nenhum dos corpos dos estudantes foi encontrado até o momento.

Para marcar a data, entidades defensoras dos direitos humanos, além de parentes, amigos e apoiadores do caso devem realizar marchas por todo o país nos próximos dias, exigindo a elucidação do caso. A população quer que os 43 estudantes reapareçam com vida.

Saiba mais sobre as mobilizações dos familiares e movimentos sociais seis meses após o crime:

Cronologia do caso

27 de setembro de 2014 - Na cidade de Iguala, Estado de Guerrero, policiais municipais atacam a tiros, por ordem do prefeito, os ônibus onde viajavam os normalistas da Escola Normal de Ayotzinapa. Seis pessoas morreram, 25 ficaram feridas e 43 estudantes desapareceram.

28 de setembro – A Procuradoria de Guerrero aponta a responsabilidade de 22 policiais pelo ataque.

30 de setembro – Foge prefeito de Iguala, José Luis Abarca.

17 de outubro – Detido o líder do cartel Guerreros Unidos, Sidronio Casarrubias.

22 de outubro – A Promotoria afirma que José Luis Abarca e sua esposa, María de los Ángeles Pineda, são os autores intelectuais do crime. 25 mil pessoas marcham vestidas de branco na Cidade do México exigindo que jovens apareçam com vida.

23 de outubro – O governador de Guerrero, Ángel Aguirre, afasta-se do cargo.Três dias depois, Rogelio Ortega assume o governo.

27 de outubro – Quatro membros do Guerreros Unidos confessam a participação no crime e são detidos.

29 de outubro – O presidente do México, Enrique Peña Nieto, faz um acordo com familiares das vítimas e afirma fortalecer esforços de busca, o que não ocorreu.

4 de novembro – Abarca e sua esposa são detidos. No dia seguinte, o ex-prefeito é encaminhado à prisão federal, acusado de crime organizado, sequestro e homicídio qualificado. Onze dias depois, é decretada sua prisão oficial.

27 de janeiro de 2015 – A Promotoria afirma que os estudantes estão oficialmente mortos.

2 de fevereiro – Mães e pais dos normalistas procuram a Organização das Nações Unidas (ONU).

1º de março – Especialistas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos, chegam ao México para começar a estudar o caso.

21 de março – Familiares levam o caso à Anistia Internacional.


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