Uma das vítimas foi transportada ao hospital de San Esteban de Caloto, enquanto as restantes sofreram feridas pelos impactos de pedras e capacetes usados pela força pública, especificamente pelo Esquadrões Móvel Antidistúrbios, assegurou o defensor de direitos humanos, Mauricio Capas, citado pelo jornal El Espectador.
Os manifestantes começaram um levantamento há várias semanas para exigir a restituição de seus assentamentos originários, inicialmente solicitam a entrega de 20 mil hectares.
Lutamos pelas causas de nossos avós, de nossos antepassados, terrenos ocupados em muitos casos pela indústria da cana-de-açúcar, explicou Feliciano Valencia, porta-voz desses grupos, em declarações à imprensa.
Nós não temos nada a negociar com o governo -disse- só pedimos que nos devolvam o que nos tiraram.
O porta-voz comentou que os índios reprovam os prejuízos causados pelas multinacionais açucareiras, as quais usurpam seus espaços milenares e geram danos ao meio ambiente.
Segundo Valencia, um dos problemas que atentam contra esses povos é o fato de que se conceba seus lares originários como reservas para o impulso da industrialização e do modelo de desenvolvimento econômico estatal e multinacional.
Adicionalmente os nativos reclamam ao Executivo cumprir com os acordos da entrega de terras como reparo pelo massacre do Nilo em 1991, onde resultaram ultimados mais de vinte integrantes da etnia Nasa, por membros da Polícia Nacional e civis armados.
Até a data fracassaram várias tentativas de diálogo com representantes governamentais pelo que os protestos continuam em vários lugares do departamento, onde o litígio envolve também grupos de afrodescendentes, mestiços, camponeses e empresários.