"Os Yukpa só estão lutando por sua sobrevivência como povo, por territórios, água e recursos, direitos consuetudinários e coletivos, alvos de agressão por parte de fazendeiros, criadores de gado, mineradores, das grandes empresas , do pode capitalista, que também sabotam o processo bolivariano e têm apoio das forças militares", afirmam.
O despejo territorial violento dos povos Yukpa aconteceu nas décadas de 1920 e 1970. Em 2008, houve a recuperação territorial seguida do assassinato do cacique Manuel Romero Izarra. No três anos seguintes, os indígenas Sabino e Olegario Romero, bem como Alexander Fernández, ficaram presos. Também foram feridos e assassinados outros membros da família Fernández e da família Romero.
As organizações denunciam que mais recentemente a situação se agravou com a militarização da comunidade Chaktapa e a morte de outro indígena Yukpa. A família Romero se diz temerosa por suas vidas. Há ainda a possibilidade de ocorrem enfrentamentos mais graves. Ao presidente Maduro é solicitada sua intervenção para barrar a criminalização e militarização das comunidades indígenas.
"Urge uma mudança de rumos, com pacificação, diálogo social e político sobre as demandas indígenas, além do controle da atuação militar na zona para que não seja cúmplice dos fazendeiros", declara a carta das organizações, que também pedem solução para a demanda territorial integral, coletiva e contínua dos Yukpa, o controle de seus bens naturais, além da consulta e consentimento para projetos extrativistas.
As entidades apelam ainda para a intervenção de outras organizações indígenas das Américas, do Fórum Indígena da ONU, dos Prêmios Nobel da Paz e de demais lutadores pela livre determinação indígena contra o capitalismo, o racismo e os despejos.