Liberdade para Rubén Villalba e os demais presos políticos paraguaios!

Abaixo a nota divulgada por Rúben Villalba desde o cárcere paraguaio:

"Asunción, 25 de janeiro de 2013

Para a opinião pública nacional e internacional

Em caráter de preso político, me dirijo a todas e todos para expressar o seguinte:

Primeiro: Me declaro em greve de fome por tempo indefinido desde esta data.

Segundo: Tomei esta drástica decisão para exigir que as autoridades nacionais e em especial a Corte Suprema de Justiça, que investigue e torne clara a morte dos onze companheiros camponeses assassinados nas terras públicas de Marina Kue.

Terceiro: O interesse do ministério público é de investigar de forma parcial o massacre ocorrido, buscando responsabilizar a mim da morte de onze camponeses e de seis policiais sem apresentar uma só prova que pode comprovar minha responsabilidade pelas ações que me acusam.

Quarto: Frente a esta grave injustiça que estou vivendo junto a outros companheiros e companheiras presas pelo mesmo motivo, solicito nossa imediata liberdade.

Por último faço um chamado a todos os cidadãos honestos, trabalhadores e democráticos que me acompanhem junto com todas as organizações sociais e políticas, para que se faça justiça em memória dos onze companheiros camponeses assassinados.

Atenciosamente

Rubén Villalba

preso político de Curuguaty."

Rubén Villalba

É pai de 3 filhos, de 17, 21 e 23 anos. Nasceu e se formou como pessoa, camponês e lutador no estado de Caaguazú, até o ano de 2003, durante o qual se mudou definitivamente para Canindeyú. Ali formou vários grupos da igreja em Canindeyú, desempenhando-se como catequista.

Desde o ano de 2008, junto com centenas de famílias paraguaias sem terra, vem fazendo parte de exitosas e pacíficas recuperações de terras improdutivas, as quais têm sido posteriormente intituladas e normatizadas, segundo os critérios da reforma agrária.

Respeitado e valoroso por quem faz parte do Movimento Agrário do Paraguai (MOAPA), organização a qual se integro no ano de 2008, destacando-se por sua capacidade de escutar e se comunicar. Colaborava, entre outras coisas, com a rádio Fé e Alegria para informar sobre as reivindicações camponesas em sua zona. Solidário e ativo, Rubén Villalba acompanhou muitas atividades de apoio a quem passava por momentos ruins.

Durante o massacre de Marina Kue, o fatídico 15 de junho de 2012, foi ferido na cabeça por uma bala, ficando sem visão e audição do lado esquerdo, sem ter recebido uma atenção à saúde adequada. Hoje se encontra no cárcere, na Penitenciária Nacional de Tacumbú. No mês de novembro recém passado, apresentou um processo judicial contra Federico Franco por calúnia e difamação, logo que o presidente de fato, utilizando sua investidura de cargo, o acusou publicamente de ser "assassino", antes que a fiscalização tivesse formulado a acusação do caso de Curuguaty.

Tradução: CCLCP

Foto: Kaos en la Red