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paramMéxico - Diário Liberdade - No dia 22 de abril, depois de 14 anos e 4 meses do massacre de Acteal, a Sociedade Civil "Las Abejas" se reuniram na sede da Organização para comemorar este dia com uma cerimônia. Pessoas de muitos países estavam presentes, França, Alemanha, Estados Unidos, Irlanda...


Neste mês, foi denunciado a presença dos filhos liberados do massacre caminhando na comunidade de Acteal com as armas que seus pais usaram no massacre.

Assim como nos solidarizamos com a comunidade de Cheran, na qual assassinaram a duas pessoas da comunidade numa embosca, pois lutavam por autonomia e pela livre determinação dos povos.

Enfim, em meio ao protesto mundial pela libertação de Alberto Patishtán, exigimos a sua liberdade.

 

Comunicado das "Abejas" 22 de abril de 2012

ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL "LAS ABEJAS" TERRA SAGRADA DOS MARTIRES DE ACTEAL, CHENALHÓ, CHIAPAS, MÉXICO.

Abril, 22 de 2012.

À Opinião Pública

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Às organizações independentes

Aos defensores dos direitos humanos não governamental O.N.G

Companheiros e companheiras

A morte de 45 pessoas que foram massacradas no dia 22 de dezembro de 1997, não saiu ainda da memória, porque guardamos no coração e na mente o ocorrido. Além do mais, a morte de nossos companheiros de luta não devem ser um caso esquecido porque eles foram mortos e assassinados à sangue frio,enquanto gritavam paz, justiça, liberdade e dignidade para México e para o mundo. Por isso hoje o grito de de justiça pelo chamado caso Acteal segue, e continuará através dos séculos e faremos aqui e agora, depois de 14 anos e 4 meses do massacre, na Terra Sagrada dos Mártires.

Mesmo assim, nós como "Guardiães da Memoria e da Esperança" temos bem claro que a justiça nunca será feita caso fiquemos quietos, se nos rendemos, se deixamos ao passado os acontecimentos brutais, sabemos em nosso coração que vale a pena lutar e se esforçar dia após dia pelo que acreditamos, que consiste na Liberdade, Justiça, Paz e respeito da nossa autonomia como povo e nação que somos.

Porque hoje, a impunidade que se vive do caso Acteal, segue sendo uma vergonha para México e para o mundo, pois é uma ferida que segue a berta, que não só é para México, nem da América Latina, mas do mundo porque o massacre de Acteal foi um crime de lesa humanidade. Sem embargo, México segue coberto de sangue pelo sangue dos mártires de Acteal. Mas, também, México segue coberto de sangue das pessoas dignas, inocentes e valorosos que dia após dia morrem em assassinatos em emboscadas, sequestro ordenado pelo sistema, que se cometem a qualquer hora e a qualquer lugar, à luz do dia. Como consequência de um estado de ingovernabilidade, incapacidade e de escassa prática das leis de justiça respaldada na constituição mexicana e nos tratados internacionais

Isso acontece porque em México não existe dois tipos de justiça, uma para os pobres e outra para os ricos. A primeira se escreve prendendo, sequestrando, assassinando e extorquindo aos lutadores sociais e aos defensores dos direitos humanos, como aconteceu com a prisão injusta do companheiro Alberto Pathistán, preso político "la voz del Amate". Já a segunda funciona premiando e outorgando postos públicos aos assassinos dos líderes das organizações sociais que exigem justiça, que defendem a Terra Território e Recursos Naturais, foi assim que os paramilitares assassinos de Acteal foram tratados, tendo em vista que foram liberados pelo governo mexicano.

É por isso que em Acteal nunca chegou a justiça verdadeira, como em consequência, agora existe uma ameaça da parte dos sobreviventes do massacre, um risco para toda a população civil vítimas da guerra de contra insurgência, porque os filhos dos paramilitares liberados, para mencionar, o filho de Mariano Luna Ruiz de Acteal Alto foi visto no dia 11 de abril, ao meio-dia, caminhando e passeando tranquilamente na comunidade de Acteal com armas que os seus pais usaram no massacre. Este fato demonstra a existência de armas ocultas na comunidade de Chenalhó, fato que é negado pelo governo de Chiapas, e que também possibilita a reativação da ação paramilitar. Assim mesmo, no sentido coercitivo, os filhos de paramilitares andam com armas porque vieram assassinar e massacrar este povo inocente, este trabalho do governo que é bem pago, diga-se de passagem, recebe também premio de reconhecimento por servir ao Estado.

Ainda que todo mês, como pacifistas de "Las Abejas", temos dito em muitos de nossos comunicados, difundidos publicamente, que é preciso julgar aos autores materiais, assim como os autores intelectuais do massacre, porque é uma forma de impedir e prever mais derramamento de sangue, e também outros massacres, como o crime de estado. Mas, sobretudo, queremos que o estado mexicano reconheça e aceite o seu envolvimento no massacre, para que seja possível um processo que julgue aos criminosos do massacre pelos cargos que cometeram, aplicando cabalmente as leis respaldadas na constituição. Sem embargo, os governos mexicanos e seus cúmplices na Corte Suprema de Justiça da Nação (SCJN) se fizeram de surdos frente às nossas demandas por justiça, distorcendo os relatos dos sobreviventes do massacre, tudo para defender aos criminosos, assim como o fato do governo de Felipe Calderón, que apoia a Zedillo, tenha concedido a imunidade solicitada pela demanda civil interposta na corte de Connecticut, Estados Unidos, por ser o autor intelectual do massacre. Por isso agora os grandes criminosos que gozam de impunidade formam uma grande lista, para mencionar alguns são: Ernesto Zedillo Ponce de León, Julio Cesar Ruiz Ferro, Emilio Chuayffet, Mario Renán Castillo, Felipe Calderón, entre outros mais; e são vistos como heróis e democratas que até se mencionam a si mesmo, como fez Zedillo em muitas ocasiões.

Mas o pior de tudo é que este clima de impunidade que se vive em México, se soma com a ação dos administradores de justiça mexicana que permitiram a abertura de uma grande escalada de violência, de massacres, de assassinatos, de sequestros e emboscadas contra os lutadores sociais que denunciam as injustiças, contra os organismos de defesa dos Direitos Humanos e das orgazições que defendem sua terra e seu Território. Há muitos exemplos, para mencionar um caso mais recente foi a emboscada que ocorreu no dia 18 de abril de 2012 no lugar denominado "El Puerto da comunidade de Cherán", em Michioacán, onde foram assassinados dois integrantes da comunidade que se chamam Santiago Ceja Alonso e David Campos Macías, e terminaram feridos Salvador Olivares Sixtos e Santiago Charicata Servín, este fato ocorreu por defender suas Terras e Territórios contra o desmatamento clandestino e a devastação dos Bosques de Cherán, que, sem dúvida alguma, esta emboscada foi produto da posição do estado que não aceita a autonomia e a livre determinação dos povos.

Sem embargo, este fato que ocorreu continuará, porque os governos seguem promovendo a guerra de contra-insurgência, que agora já não é com balas mas através das outorgas e concessões mineiras, construção de grandes infra-estruturas de iniciativa estrangeira, que forma parte do Plano Masoamericano. Porque enquanto o povo se organiza para defender sua Terra e Território, o governo vende a Pátria e responde com constante agressões, incômodos e ameaças através das forças públicas (policiais), ou mediante a compra de consciência ou manipulação das organizações sociais, assim como atuam agora o grupo chamado "Nuevo San José la Grandeza" da Organização Camponeza Emiliano Zapata da Região Carranza (OCEZ-RC), que, desde o dia 6 de abril de 2011, despejou e invadiu um terreno localizado no território "El Desengaño", que é da comunidade Candelaria el Alto, Aderentes da Outra Campanha, do município de Venustiano Carranza.

Por outra parte, o governo sabe que as forças dos povos e comunidades em luta e resistência Civil Pacífica promovem suas divindades, dos lugares e morros que são sagrados, e por isso busca esgotar e exterminar toda fonte de poder e força sobrenatural, destruindo todo o sagrado para as comunidades originárias. Tal como é a situação atual que enfrentam os "Wixarika, los Huicholes de San Luis Potosí na Sierra Real de 14", que estão invadido o morro sagrado de Wirikuta, pelos interesses de uma empresa mineira de origem canadense, tendo em vista que o estado mexicano se negou a escutar e atender as demandas da população sobre a cancelação definitiva da construção mineira.

E por último, queremos dizer que a indignação pela injustiça no caso de Acteal se deu ontem e hoje; a luta segue e seguirá até o triunfo da justiça.

Por tudo isso exigimos:

Justiça já!, para os autores materiais e intelectuais do massacre de Acteal

• Justiça para os responsáveis pelos assassinatos, sequestros, desaparições e extorsões cometidos contra os lutadores sociais e defensores de Direitos Humanos.

• Justiça para os responsáveis da emboscada aos integrantes da comunidade de Cherán Michoacán.

• Liberdade imediata de Alberto Pathistán, Preso Político La Voz del Amate.

• Respeito e solução às demandas agrárias da comunidade Candelaria el Alto, Aderentes da Outra Campanha.

• Respeito e solução às demandas do povo Wixarika.

• Respeito e reconhecimento da Autonomia e a libre determinação dos povos.

Viva os povos em luta!

Viva as organizações e coletivos que não se rendem nunca!

Viva as comunidades Autônomas!

Viva "Las Abejas"!

ATENTAMENTE.

Voz de la Organización Sociedad Civil "Las Abejas"

Porfirio Arias Hernández Presidente. Mesa Diretiva

Enrique Perez Santis Vice presidente

Victorio Santis Gómez Secretário Gral.

Javier Pérez Gutiérrez Subsecretario

Benjamín Pérez Pérez Tesoreiro

Manuel Pérez Gómez Subtesoreiro.


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