“Damos nosso apoio fraterno ao povo organizado de Aysén, que se levanta diante de inúmeras injustiças que geram as políticas centralizadas e isolacionistas”, destacou uma declaração da Confech circulada neste domingo (19) na capital chilena.
A mensagem do estudantes chilenos apontou que os problemas da referida zona, situada a cerca de dois mil quilômetros ao sul de Santiago, têm como gênese “um modelo indolente e intransigente, que a Constituição Política de 1980 defende com unhas e dentes”.
“São sintomas de uma doença que se repete por todo o nosso país, que produz graves danos às famílias mais pobres, em todos os aspectos da vida, em educação, saúde, trabalho, moradia e dignidade”, enfatizou o texto.
As federações universitárias aglutinadas na Confech também denunciaram no comunicado público a reação do governo diante da inédita efervescência popular.
“Temos visto como homens e mulheres lutadores têm sido vítimas da repressão mais brutal e descarnada, além de observar com impotência como suas demandas são constantemente invisibilizadas nos meios de comunicação”, assinalou o documento.
Na opinião da Confech, a unidade e articulação de todos os atores sociais no país na defesa de demandas como as expressadas pelos ayseninos é o único caminho para promover as mudanças reais que o Chile precisa.
O movimento social “Aysén, seu problema é meu problema” reclama subsídios para os combustíveis e a cesta básica, garantir equidade trabalhista e qualidade na saúde e a aprovação de uma universidade pública regional de alta qualidade e formação acadêmica.
Exige também um plebiscito vinculante para que se determine por vontade popular o destino de projetos energéticos nesse ponto da geografia nacional porque considera lesivos ao patrimônio natural da Patagônia os que estão em marcha.
Os pescadores do lugar se opõem também à privatização dos mares do Chile.