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ELNColômbia - Página/12 - O governo da Colômbia anunciou o início de um processo de paz com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), segunda do país depois das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).


As negociações ocorrerão após uma fase exploratória de quatro meses e com uma agenda a ser discutida, que ainda está sendo definida. A quatro dias do segundo turno eleitoral para definir quem será o presidente nos próximos quatro anos, as duas partes reconheceram que embora ainda estejam em "uma fase exploratória de conversações, que foi iniciada em janeiro", na agenda serão incluídos acordos para reparar as vítimas e a participação dos futuros ex-guerrilheiros na sociedade. O presidente Juan Manuel Santos comemorou o início do processo e disse que este novo diálogo, além do que já existe com as FARC, "é a melhor garantia para o país de que o conflito terminará para sempre e que nunca, nunca mais, irá se repetir".

"As delegações e o ELN expressam a Colômbia e à comunidade internacional a vontade recíproca de continuar com a fase exploratória que permita acertar uma agenda e estabelecer uma mesa de conversações para se chegar à assinatura de um acordo final", destaca o comunicado conjunto, de seis pontos, divulgado ontem (11/06) pelo governo, e que foi anunciado antes pela ex-senadora Piedad Córdoba, líder dos Colombianos pela Paz (CCP), encarregada do anúncio por parte do grupo guerrilheiro.

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No texto, as partes prometeram que "divulgarão periodicamente e de comum acordo os avanços e resultados desta fase exploratória", e agradeceram aos governos do Brasil, Chile, Cuba, Equador, Noruega e Venezuela pela "boa vontade e o compromisso que expressaram no acompanhamento e garantias deste processo".

Por sua parte, Santos afirmou que o anúncio foi feito ontem, a poucos dias das eleições, porque o processo de Havana com as FARC entrou em sua fase final. "A responsabilidade política deste processo de paz recai sobre meus ombros, sobre os de mais ninguém. Este processo integral de paz que envolve as FARC e agora o ELN é a melhor garantia para as vítimas e para o país de que este conflito terminará para sempre", ressaltou o mandatário, após ficar conhecido o anúncio.

Apesar do chefe de Estado não revelar detalhes deste novo ciclo, destacou que não haverá cessar-fogo, nem desocupação de áreas e que será realizado no exterior para garantir a imparcialidade. "O que eu pretendo, quero e aspiro é encerrar esta guerra com os dois grupos", destacou Santos, que insiste em que necessita de "um período a mais para conseguir a paz".

"É preciso ter claro que o conflito é apenas um e, por isso, o processo para colocar fim ao conflito é um", argumentou o presidente. Santos acrescentou que "enquanto não ficar acordadas todas as condições necessárias", não será dado o passo seguinte: "Uma mesa formal de conversas com este grupo".

A ex-candidata do Partido Conservador e chefe de campanha de Zuluaga, Marta Lucía Ramírez, chamou de "oportunista" o anúncio de Santos e do ELN. "Quando vem da parte do chefe de Estado, obedece a um oportunismo que verdadeiramente se sente como uma manipulação que dá nojo", declarou. "Será que também vão deixar que o ELN continue atentando contra a infraestrutura petroleira do país? Será que terá licença para continuar recrutando meninos, enquanto estão conversando com o governo de Santos? A paz não é de Juan Manuel Santos, mas, sim, de um país que tem que avançar em negociações enquanto houver transparência nas condições desse diálogo", acrescentou Ramírez, que considerou que a verdadeira paz se consegue com justiça.

As versões sobre um provável início de diálogo com o ELN foram potencializadas, há meses, quando começaram a se fechar os primeiros pontos na agenda do processo de paz com as FARC, em Cuba. Nessa linha, especulou-se em que o Uruguai poderia ser o lugar onde realizar as negociações porque o presidente José Mujica manifestou, em várias ocasiões, sua disposição para colaborar com o fim do conflito armado e ofereceu seu país como sede de novas conversações de paz.

Meses atrás, o máximo líder do ELN, Nicolás Rodríguez, conhecido como Gabino, havia insistido em sua intenção de iniciar um processo de paz como o que protagonizaram, desde 2012, o governo de Santos e as FARC, em Cuba. No entanto, uma série de condições, entre as quais estava a libertação de todos os sequestrados, havia freado o diálogo com essa guerrilha, de 2000 integrantes. Apesar das aproximações, em fins de 2013, Gabino havia manifestado que não era "fácil dialogar com um governo reacionário e neoliberal".

Tradução: CEPAT.


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