Grupos de cidadãos colocaram barricadas e fizeram fogueiras nos bairros da desde horas da noite e entrada da madrugada deste 29 de março, quando se cumprem 28 anos do assassinato dos estudantes Rafael e Eduardo Vergara, de 18 e 20 anos de idade, pelas mãos dos Carabineiros durante a ditadura de Augusto Pinochet.
Na ocasião, a imprensa informou que se tratava de um confronto entre policiais e delinquentes, mas duas décadas depois foi confirmado que os jovens foram assassinados a tiros por razões políticas, já que eram membros do Movimento de Esquerda Revolucionária.
Desde que se soube do crime, todos os anos acontecem atos comemorativos em localidades, que geralmente concluem em confronto com a polícia nos bairros populares, onde são colocadas barricadas, como forma de protesto pelos fatos de 1985.
Em meados desta semana, os primeiros incidentes dos atos de memória aconteceram na Villa Francia, onde os irmãos Vergara foram assassinados, e no campus Juan Gómez Millas da Universidade do Chile.
O bairro de San Bernardo, capital da província de Maipo, na Região Metropolitana, foi nesta madrugada o palco dos mais intensos protestos.
Outras manifestações ocorreram em Huechuraba, onde uma dezena de pessoas lançou
pedras contra uma delegacia de Carabineiros.
Fatos similares ocorreram em Pintana e Peñalolén, bairros nos quais também foram colocadas barricadas e fogueiras.
Fora de Santiago do Chile, os maiores incidentes aconteceram no setor de Placilla, de Valparaíso, e nas imediações da Praça Peru, na cidade de Concepción.
A comemoração tem como centro o crime contra os irmãos Vergara e outras vítimas da ditadura, mas com o tempo seu significado incluiu os nomes de outras pessoas assassinadas pelo Estado, como o caso de Manuel Gutiérrez, quem morreu em agosto de 2011 por um disparo da polícia.