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051212 andresparisColômbia - Prensa Latina - A incorporação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) à vida política do país passa por garantias que devem existir desde a mesa de diálogo, assinalaram hoje integrantes dessa organização guerrilheira.


Segundo Andrés Paris, membro da equipe das FARC-EP nas conversas de paz com o Governo colombiano, instaladas em Cuba, a agenda do diálogo "inclui principalmente alargar as possibilidades democráticas para que forças de esquerda representantes do povo possam ter presença na vida política nacional".

Em uma entrevista concedida à Prensa Latina, a propósito da aproximação iniciada aqui no dia 19 de novembro, o guerrilheiro detalhou que são necessárias mudanças e reformas na institucionalidade política da nação sul-americana, submersa em décadas de conflito armado.

Pelo menos na mesa, deve ser expressada a vontade oficial de avançar nessa direção, com apenas o compromisso de que vai anunciar mudanças, se criaria um ambiente favorável ao estudo de maneiras que permitam às FARC-EP encontrar os caminhos da participação, apontou.

Um dos seis pontos do documento que rege as conversas, as quais acontecem no havaneiro Palácio de Convenções e têm Cuba e Noruega como garantidoras, responde à participação política.

Para Paris, "os sintomas de abertura devem aparecer nesta etapa da discussão da agenda".

"Não podem convidar alguém a participar da vida política colombiana com o simples ato de uma desmobilização e entrega de armas, para nós isso não é garantia perdurável, fixamos mais atenção na etapa de acordos com o Governo para que nos seja falado dessas reformas", disse.

"Sem essas garantias é utópico pensar que uma força guerrilheira com 50 anos de luta vai se expressar e encontrar facilidades de manifestar-se no cenário público", afirmiu.

Paris recordou o ocorrido nos anos 80 do século passado com a União Patriótica, organização surgida com vários atores sociais, entre eles guerrilheiros desmobilizados, que sofreu o assassinato de milhares de seus membros por grupos paramilitares, principalmente.

"As forças que assassinaram e acabaram com a União Patriótica estão vivas, antes eram mercenários miseráveis e hoje muitos deles têm expressão política, o que vimos [acontecer] durante os períodos de Governo de Álvaro Uribe (2002-2010)", advertiu.

Ao referir-se à mesa de diálogos, que será retomada amanhã nesta capital, o guerrilheiro destacou os avanços atingidos na primeira rodada, sobretudo no relacionado à participação cidadã no processo de paz.

"Concordamos (com o Governo) em apreciar esses avanços que foram apresentados ao país como possibilidade para continuar encontrando outros elementos que permitam solidificar os acordos", sublinhou.

Paris também ressaltou o acompanhamento internacional dos esforços para superar mais de meio século de conflito armado na Colômbia.

"Vimos pronunciamentos importantes da América do Sul, Europa e do Vaticano", assinalou.

"O peso do apoio político internacional dá às partes sentadas em Havana a possibilidade de chegar a um acordo. Não é um diálogo isolado, é um diálogo com todas as simpatias, digamos do mundo inteiro. Corresponde aos que estamos na mesa responder a essas expectativas criadas", opinou.


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