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paraguai-15Paraguai - Brasil de Fato - [Pedro Carrano] Ato que acontece desde ontem (14) coincide com o que seriam os quatro anos de governo de Fernando Lugo, destituído antes disso, no dia 22 de junho.


Mais de mil pessoas participam do Fórum Paraguai Resiste que acontece desde ontem (14) e termina hoje na capital paraguaia, Assunção. O ato coincide com o que seriam os quatro anos de governo do presidente Fernando Lugo, destituído antes disso, no dia 22 de junho, no que é classificado como um golpe de Estado parlamentar.

A organização do encontro calcula a presença de cem diferentes organizações do país, entre as quais 34 entidades camponesas, além de organizações de sem-teto, organizações em defesa das crianças, trabalhadores urbanos, organizações de base comunitárias e movimentos que reivindicam Saúde e Educação.

Rosa Brites, 25, coordenadora de juventude do Movimento Camponês Paraguaio (MCP), afirma que o golpe de Estado "foi um retrocesso político, prejudicou nosso esforço organizativo e violou a soberania do país", enfatizando a questão da soberania, um dos temas mais debatidos durante o Fórum.

O encontro termina hoje (15), quando as doze mesas de trabalho devem entregar suas resoluções a Fernando Lugo, como uma espécie de plano de ação.

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, o ex-mandatário ressalta que o proceso da esquerda no país é recente e deve ser fortalecido."Há um acercamento e um diálogo profundo entre o social e o político, sem identificar-se. A declaração de princípio deste Fórum diz com bastante claridade que não serve para propaganda política de nenhum partido de esquerda, é um fórum com identidade social, se bem que os temas têm implicações políticas. Por isso, o nome Paraguai Resiste: resiste a um golpe parlamentar. É muito importante que os movimentos sociais no Paraguai tenham esse compromisso e preocupação de dialogar no político e no econômico."

Nos dois dias de encontro, aconteceram caminhadas de protesto, que passaram por cenários que foram determinantes no golpe do dia 22 de junho: a sede do jornal ABC Color, a TV Pública criada por Lugo, que agora segue em resistência, o Ministério da Agricultura, que passa a liberar o cultivo de transgênicos.

"Não sabemos mais o que comemos. A semente é patrimônio do povo, não necessitamos da Monsanto", exclama Magui Balbuena, dirigente da Conamuri, organização de mulheres indígenas e camponesas. A crítica, feita em frente ao Ministério da Agricultura, se refere ao fato de o governo de Federico Franco ter liberado o cultivo de transgênicos e aliviado impostos dos produtores de soja imediatamente após a sua posse.

Embora não tenha ocorrido hostilidade por parte da polícia, ativistas reclamaram da presença policial e das filmagens em volta da praça Uruguaya, onde aconteceu o encontro.

Comunicação no centro da resistência

No dia de hoje (15), um fato político relevante é que 50 jornalistas da TV Pública encerram seu contrato com grande possibilidade de serem demitidos. "A TV Pública foi um dos primeiros pontos fortes de resistência contra o golpe, já que se conformou uma equipe jovem, que estava trabalhando com independência editorial", confirma Diego Segovia, editor da TV, que participava do protesto. De acordo com ele, o conteúdo editorial da TV já foi alterado pelo governo Franco.

Ontem (14), a caminhada das organizações presentes no Fórum Paraguai Resiste teve como um dos pontos de parada a redação do jornal "ABC Color". De acordo com os manifestantes, o jornal se posicionou contrário a Lugo desde o início do mandato e preparou o terreno para o golpe.

ABC Ijapú! (em guarani: "ABC mente") é o nome da campanha realizada para questionar a postura do jornal, alinhado com empresas transnacionais e com o agronegócio no país. "O ABC apresenta intereses econômicos e políticos e, desde o início, se colocou contra uma agenda de mudanças", explica Ana, militante do Partido Popular Tekojoja.


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