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yosoy132México - La Jornada - Exige a democratização dos meios de comunicação e a reforma do sistema educativo. Por Laura Poy Emir Olivares, Periódico La Jornada, tradução de Diário Liberdade


Sexta, 27 de julho de 2012, p. 13. O grito de milhares foi contundente: “Estamos cercando esta emissora da mentira para que nunca mais volte a sair”. Esta foi a consigna do movimento #YoSoy132, organizações sociais, camponesas, cidadãs e sindicais que iniciaram ontem à noite um “bloqueio histórico” nas instalações da Televisa Chapultepec.

Era uma manifestação dirigida ao povo do México, na qual se propuseram seis pontos do plano de luta, entre eles a democratização dos meios de comunicação e a reforma dos sistemas de saúde e educação, também enfatizaram: “Televista e Tv Azteca são as caras mais visíveis e o principal instrumento da oligarquia que governa este país, das atribuições que de acordo com os seus interesses impõe e tiram governantes. São empresas que produzem e difundem informação manipulada, confusa e distorcida para fazer passar pela opinião pública o que convém ao regime econômico e político, para impor aos governantes que executem os projetos neoliberais dos grandes capitalistas, tanto nacionais como transnacionais”.

Em uma ação pacífica, iniciaram o bloqueio simbólico – que se estenderá até às 23:59 horas deste sábado – das instalações de Televisa Chapultepec em rechaço à política editorial desta empresa, contra a “imposição” na Presidência da República do priista Enrique Peña Nieto e pela democratização dos meios informativos.

Rechaço ao velho regime

Os manifestantes organizaram uma parede humana que se estendeu sobre as avenidas Chapultepec e Balderas, devido a isso se instalou um cerco policial sobre Rio de la Loza, doctor Rafael Lucio e Chapultepec.

Na sua mensagem política, advertiram que caso se consume a chegada de Peña Nieto ao poder, não só se restaurará o velho regime político que conduz a violência de Estado, repressão e autoritarismo.

”Não deve ser presidente, não só pelo regime caduco ao qual representa e pela sua conivência e subordinação à Televisa, mas pelas ameaças que faz a nosso país: privatização do petróleo, aumento dos impostos, a reforma trabalhista que legaliza a exploração dos trabalhadores e a privatização do setor da saúde e das pensões.”

Frente a esse “perigo”, convocaram a unidade das forças sociais para impulsionar a transformação do Estado, pois “os estudantes não podem sozinhos”, e chamaram a participar no projeto democrático de transformação social e reconstrução nacional.

A ação pela “verdade” de início minutos antes das nove da noite na explanada do Monumento da Revolução. Duas horas antes, centenas de pessoas foram se congregando para somar-se à mobilização, cujo destino final era a sede do consórcio televisivo que, desde o meio dia, foi protegido por cerca de 2 mil elementos da polícia do Distrito Federal, segundo informações do governo local.

Mesmo a intensa chuva que caiu sob a Plaza de la República não foi obstáculo para que os jovens, que “estão em resistência” frente ao que consideram uma tentativa de “imposição” do priista na cadeira presidencial, a favor da transformação democrática do país, iniciar a marcha.

Depois da desorganização inicial, que provocou atraso no início da marcha, o contingente partiu do Monumento da Revolução em coro gritos que identificavam os estudantes: o “Goya!” universitário e o “Huelum!” politécnico. Também escutamos os já conhecidos: “México sem PRI!”, “Fora Peña” e “Aqui se vê, aqui se vê que Peña Nieto presidente não vai ser”.

A coluna caminhou pelas avenidas da Republicas, Juárez e Balderas até chegar na avenida Chapultepec uma hora depois.

Centenas de pessoas esperavam sobre as calçadas e ruas, e foram se somando à manifestação, como os integrantes do Sindicato Mexicano de Eletricista, que se incorporaram na esquina de Balderas e Ayuntamiento.

Autoridades do Governo do Distrito Federal afirmaram que havia cerca de 6 mil pessoas participando da marcha; no entanto, os organizadores asseguraram que eram mais de 10 mil.

Perto das 22 horas, os manifestantes se instalaram frente à emissora. Formando paredes humanas e continuaram cantando consignas como “quem não pula é Peña”.

Cinco minutos depois, iniciou-se um reagrupamento para a leitura do Manifesto de #YoSoy132, no qual reiteraram seus princípios como movimento estudantil e social, político, apartidário, pacífico, autônomo e anti-neoliberal, mas também independente de partidos políticos, candidatos e organizações que respondem a um programa eleitoral.

Recordaram que foi empreendido um caminho de luta nas ruas para que não se esqueçam das mobilizações estudantis com as de 1968, 1971 e 1999; massacres como de “Aguas Blancas” em Gerrero; os abusos em Chiapas, as fraudes eleitorais e as barricadas “esmagadas” em Atenco e Oaxaca.

Asseguraram também que o movimento transcendeu a conjuntura eleitoral e seguirá se organizando, “lutamos pela transformação profunda do México, como contrapeso a qualquer decisão e política que fragilizem os direitos e interesses do nosso povo”.

“Nos encontramos com as muralhas de um sistema econômico que se apresenta como inevitável, como um absoluto imposto a nossas vidas. Seus tijolos são a pobreza de mais da metade dos mexicanos e a obscena riqueza de poucos, sendo que os 10 mais ricos do país concentram o equivalente ao ingresso de 40 milhões de mexicanos mais pobres”.

Criticam aos ricos num país de pobres

#YoSoy132 criticou que no país a desigualdade é tão grande que seis homens concentram grande parte da riqueza nacional e que formam parte dos órgãos dirigentes das emissoras de TV. Se trata dos presidentes da Tv Azteca, Ricardo Salinas Pliego, segundo homem mais rico de México, e Televisa, Emilio Azcárranga Jean, que ocupa o sexto lugar na lista e é proprietário de clubes de futebol, do mesmo modo que possui diversas ações em distintos bancos.

Outros são Pedro Aspe, secretário da Fazendo no governo de Carlos Salinas de Gortari, que forma parte do conselho de administração de Televisa; Alberto Bailleres, terceiro homem mais rico do país, dono do Palácio de Hierro e Peñoles, a segunda maior mineraria; Germán Larrea, o quarto milionário mexicano, dono das minas Cananea e Pasta de Conchos e Roberto Hernandez, segundo acionista da Televisa.

Os integrantes de #YoSoy132 convocaram o povo para se organizar: “esse será o primeiro passo” e deve começar nas comunidades, escolas, praças e bairros. O grito de “não passarão!”, “não passarão!” sacudia a leitura do manifesto; enquanto muitos jovens se preparavam para pernoitar fora da Televisa antes da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres.


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