Os jovens, tanto de secundária como universitários, junto a familiares, professores, e outros, partiram da Praça Itália com cartazes e faixas, exigindo ensino gratuito, de qualidade, e que o Estado assuma um papel reitor nesta área.
Ontem, os líderes estudantis convocaram todos os estudantes a cuidar da passeata para evitar desordem e que o sentido da mobilização seja desvirtuado.
Instaram os carabineros (polícia militarizada) a proteger os estudantes em vez de reprimí-los.
Para o presidente da Federação de Estudantes do Chile, Andrés Fielbaum, "as mobilizações são as melhores ferramentas que temos para poder transformar o Chile".
Fielbaum disse ontem à imprensa que estariam nesta manifestação "todos que quiserem construir um país que deixe a herança de Pinochet para trás".
Assim mesmo, o presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica, Diego Vela, lembrou que esta medida de pressão contra o Governo de Sebastián Piñera, acontece faltando só cinco dias para o aniversário 40 do golpe de Estado contra Salvador Allende.
Uma data que fraturou um país e que impôs mediante a tortura e assassinato de milhares de chilenos "um modelo político, econômico e social que hoje em dia se evidencia nas consequências nefastas que teve", enfatizou o líder estudantil.
Fez um chamado a todos a "dar o passo" para romper com o legado da ditadura e resolver as necessidades que o Chile tem, o que se conseguirá a partir da organização e construção, com diferentes atores em todo o país, pela educação.
Ontem, os estudantes divulgaram um programa de 11 páginas que reúne reivindicações históricas do movimento estudantil e dos movimentos sociais.
"Concebemos a educação como um direito social universal que deve ser garantido como tal pela Constituição Política do Chile e estar livre de todo interesse particular para orientar à satisfação do interesse geral, com vistas a contribuir com o desenvolvimento social e econômico do país", afirmou Vela.