A presidenta argentina referiu-se ao projeto impulsionado pelo seu país e aprovado na terça-feira (9) na Assembleia Geral das Nações Unidas por 124 votos a favor, 11 contra e 41 abstenções, que estabelece o marco para uma Convenção Internacional que proteja as trocas da dívida.
"Pela primeira vez o mundo deu-nos 124 votos para afastar aos abutres, que vivem às custas das dívidas e da miséria. Foi um grande dia para a humanidade", expressou a chefa de Estado em um jantar com milhares de empresários em Tecnópolis para comemorar o Dia da Indústria.
Essa decisão - repetiu - "é um orgulho para os argentinos e também essa votação foi uma grande conquista para a humanidade".
Com respeito ao conflito que o país encara com os fundos abutres com o amparo do Poder Judicial dos Estados Unidos, Cristina Fernández advertiu que "querem colocar abaixo a nossa reestruturação da dívida para que o país volte a se endividar".
Fazem-no quando a Argentina se converteu no quinto produtor de alimentos do mundo, o primeiro produtor de software da América Latina, a indústria e a economia crescem com inclusão social.
"Justo agora um juiz municipal resolve reclamar o pagamento de um bilhão 500 milhões de dólares! Vêm por esta Argentina que se caracterizou por se distinguir em toda a região", enfatizou a Presidenta.
Reafirmou que apostar na industrialização é uma decisão e caráter político, público e estatal.
Enquanto isso, na Câmara de Deputados do país se debatia a Lei de Pagamento Soberano, para facilitar aos credores poder cobrar a dívida em Buenos Aires ou na França, em vez de em Nova Iorque.
Às 02:00 horas local os legisladores ainda discutiam o projeto que, ademais, declara as trocas da dívida de 2005 e 2010 como de interesse nacional e convoca a todos os detentores da dívida argentina a incorporar esses acordos de reestruturação.
A iniciativa já foi aprovada pelo Senado, e se prevê que também seja sancionada pela Câmara baixa graças à maioria do bloco do governismo mais seus aliados.