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45936Venezuela - Causa Operária - Nesta segunda-feira, 7 de julho, o petróleo da Venezuela voltou a cair para menos de US$ 100 o barril, passando para US$ 98,98, depois de cair US$ 1,66.


A economia da Venezuela é totalmente dependente do petróleo, desde os anos 1950 até hoje. A queda do preço de petróleo de uns anos para cá colocou o País em uma crise, agravada pela sabotagem econômica da direita.

A Venezuela não consegue sair da dependência do petróleo. Desde 1989, com uma abertura econômica, o País não parou de se desindustrializar. A direita acusa o governo chavista de ter implantado uma política “socialista” e “estatizante”, mas na verdade não há nada de novo na política econômica do chavismo.

A própria burguesia nacional já tinha tentado antes desenvolver a indústria venezuelana repassando para os capitalistas locais e para o capital estrangeiro no País ar rendas do petróleo. Junto com políticas protecionistas e a desvalorização da moeda, tentavam impulsionar a indústria da Venezuela, para diversificar a economia e diminuir a dependência do petróleo. Deu errado porque a indústria venezuelana não foi capaz de competir com as empresas estrangeiras, e os capitalistas, em busca do lucro, aplicaram o dinheiro em setores não produtivos.

Desde 1975, o emprego no setor manufatureiro não parou de cair, enquanto aumentava no comércio. A queda do setor manufatureiro aparece na própria exportação de petróleo, com o aumento da proporção de petróleo cru e relação ao petróleo refinado nas exportações da Venezuela.

Durante o chavismo, a estrutura da economia capitalista dependente do imperialismo foi mantida intacta e a dependência do petróleo continua mais forte do que nunca. A PDVSA se encontra fortemente endividada, com baixa capacidade de investimento, o que levou à recente megadesvalorização da moeda local, o bolívar. O mais grave: o País não utilizou esses recursos para desenvolver a indústria local com algum grau de autonomia; pelo contrário, a Venezuela continua dependente da monoprodução de petróleo.

A partir de 2006, o chavismo se sentiu mais forte e lançou o chamado “socialismo do século XXI”. Os preços do petróleo tinham atingido um pico, o que fortalecia a base material do regime, enquanto o próprio regime político tendia a consolidar-se após a escalada das tentativas golpistas da direita, entre 2002 e 2004, terem sido derrotadas – tentativa de golpe de estado em 2002, greve geral patronal, referendo revocatório de 2004 e reeleição de Chávez com 60% dos votos em 2006.

O “socialismo do século XXI” impôs um forte controle do movimento operário por meio da cooptação das lideranças sindicais e regras ligadas diretamente ao Ministério do Trabalho. O Código do Trabalho, além de ter  introduzido melhorias para os trabalhadores terceirizados, impôs a arbitragem obrigatória e a possibilidade do presidente da República decidir sobre a legalidade das greves.

O chavismo não consegue livrar o País da dependência do petróleo devido à limitação da burguesia nacional que seu governo representa. Os governos nacionalistas burgueses não conseguem levar até o final as reivindicações nacionais, adaptando-se ao imperialismo com o qual têm contradições e que trabalha para derrubá-los. Por isso, por exemplo, o presidente russo Vladimir Putin não ajudou a população do leste da Ucrânia a resistir ao golpe na Ucrânia, dirigido principalmente contra ele próprio, Putin. Pelo mesmo motivo, o “socialismo do século XXI”, ao mesmo tempo em que tem contradições com o imperialismo, mantém a dependência econômica e tenta a todo tempo negociar com o imperialismo. Somente a classe operária, organizada de forma independente, pode dirigir a economia da Venezuela de forma que esta supere o atraso da dependência de uma única matéria-prima.


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