A Central Corrente Sindical Classista, a Organização de Trabalhadores da Educação, a Federação Nacional Camponesa e o Partido Paraguai Pyahurá decidiram recomendar aos dirigentes operários a se retirarem imediatamente das conversas caso ainda continuem nelas.
As mesas de diálogo por setor começaram como proposta do Executivo depois da importante greve que uniu trabalhadores sindicalizados e aqueles não organizados em torno de uma série de reivindicações propostas há muito tempo sem resposta oficial.
Os grevistas, que conseguiram uma demonstração de força sem precedentes, exigiram ao governo do presidente Horacio Cartes a derrogação da privatizadora Lei de Aliança Público-Privada, reforma agrária, aumento de 25% nos salários e o fim da criminalização da luta social.
Apesar do tempo que passou, nem sequer uma das demandas foi concedida e o chamado diálogo nacional parece ter se diluído, assim como o impacto causado pela greve, em uma interminável série de reuniões sem chegar a conclusões.
Há que reorganizar a direção operária e começar a preparar outra greve geral o antes possível, segundo a proposta colocada agora sobre a mesa pelas entidades mencionadas em seu apelo aos líderes sindicais envolvidos nas negociações. Recomendaram também que se procurasse a construção do que chamaram uma ferramenta na qual os trabalhadores tenham participação política com capacidade de enfrentar a patronal e o modelo de Estado atual por considerarem que os oprime.
É essencial, propuseram finalmente, percorrer o caminho até conseguir uma força de massas organizada para enfrentar a linha política de Cartes, pois ela não responde aos interesses do povo, concluíram.