O governo de Buenos Aires divulgou nesta quarta-feira (04/06) que quase um em cada três moradores - precisamente 28,4% da população da cidade - vivem abaixo da linha de pobreza. O número, que indica uma redução de 1,5 ponto percentual em relação a 2012, faz parte da Pesquisa Anual de Lares da Direção Geral de Estatísticas e Censos da administração local e é relativo a 2013.
O total também inclui os portenhos com renda insuficiente para as necessidades básicas alimentares diárias, categoria em que houve uma queda de 2,8 pontos percentuais em relação a 2012: 5,6% em 2013, contra 7,8% em 2012.
Como possíveis causas da redução da pobreza e a indigência, a pesquisa assinala o aumento de renda "em níveis similares à inflação" em 2013, que consultoras privadas situaram em 28,3%, e despesas significativas, como o aluguel do imóvel, que subiram abaixo desse número. O aumento salarial médio em 2013 foi de 26,1%, enquanto as aposentadorias, pensões e subsídios familiares, com maior impacto nas famílias com menores rendas, aumentaram acima de 30%.
A pesquisa diz que deve haver um aumento no número de domicílios e pessoas com renda insuficiente em 2014, por conta da desvalorização do peso argentino no começo do ano – o que pressionou os preços e deve ter impacto nos índices de inflação.
Não se sabe, no entanto, qual o índice de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza a nível nacional, já que o Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos) suspendeu a divulgação dessas estatísticas. O motivo alegado pelo órgão é o surgimento de um novo método de medição dos índices de inflação, que bateu em 11,5% no primeiro quadrimestre de 2014.