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hambreMéxico - Zapateando - [Javier Hernández Apízar] ¿Be Bop a Lula? - Exportação da política de conciliação de classes lulista.


"Me como un cerdo y quiero más, más, más... / Viva la gula / Viva el pavo / Vivan la carne y el pescado/ Viva la gula / Viva el pavo / Me gusta comer, me gusta comer, me gusta comer..." Parodia de "Be Bop a Lula" feita pelo grupo Naftalina.

Antes de tirar a foto com Peña Nieto, segundo a nota de Proceso, Lula disse: "a fome não existe por falta de dinheiro ou produção agrícola, nem por ausência de tecnologia, a fome existe por falta de vergonha dos governantes no mundo em que não se preocupam com o povo pobre".

Não é uma surpresa completa. Recordo ter escutado a Luiz Inácio Lula da Silva numa entrevista radiofônica, ao vivo no estúdio com Pdero Ferriz de com. Parecía, uma espécie de lua de mel entre o locutor da direita recalcitrante, dos que pedem intervenção da polícia cada vez que alguém protesta, se manifesta, e pior faz uma greve. E então presidente do Brasil, pelo partido dos trabalhadores, em aliança eleitoral com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Lula falou com a sensatez de um velho militante: "Na minha geração, como operário qualificado podia obter um posto de trabalho que pague melhor que os meus filhos com título profissional universtiário hoje". Ferriz se mostrava encantado com Lula. Estava no México para uma cúpula de Presidentes, e sua opinião sobre Fox era muito positiva, falou maravilhas da cooperação entre os governos de México (FOX) e o seu. Algo me parece claro: O fato de Ferriz se encantar com Lula era um sintoma; que Fox não chamou o brasileiro para dizer: "Comes e vai embora" era outro sintoma.

Os avisos foram soando mais e mais: De repente, para os comentaristas da fábrica de Ferriz e para o locutor, Lula se transformou no referente de uma esquerda inteligente. Para os seguidores da esquerda eleitoral, também. Esta consciência entre direita e esquerda no México em sua admiração pelos "estadistas" como Obama (lembram a fascinação dos seguidores de Manuel Lopez Obrador quando Obama tomava posse, ele sim, legítimo e destinatário das cartas de AMLO?) ou por Lula me parece que evidencia a falta de distância entre a esquerda eleitoral e a direita.

Para comparar rabiscos e ver quem dos dois competidores da esquerda eleitoral mexicana era o melhor galo, alguns analistas colocavam Lula como referente. Quem se pareceria mais a Lula,  Manuel Lopez Obrador ou seu golfinho e esportista competidor Ebrard? Ninguém questionava se Lula deveria ser o referente...

Alguma nota em Proceso mostrava as resistências na América Latina contra as represas hidroelétricas. A secretária do ramo de meio ambiente do governo renunciou porque se negou a servir de comparsa para a construção das represas no Rio Amazonas, as quais Lula estava impulsionando. Acaso não era a mesma política desenvolvimentista e entreguista que em México foi impulsionada por Fox e Calderón, e que hoje é levada a cabo por Peña (e que prometeu em 2006 e 2012 AMLO?)? Porque a esquerda moderna e pragmática governa com projeto que destrói o meio ambiente e esse desenvolvimentistas que se parecem tanto com a direita? Esquerda e direita num mesmo modelo de desenvolvimento...

Em algumas dessas notas internacionais que buscamos acompanhar nos meios impressos as reportagens da tragédia mexicana diária, nota-se um distanciamento do Movimento Sem Terra em resepeito a Lula e ao PT. Aqui ninguém parecia acusar recebimento da informação...

Acaso se imaginam que Lula não está informado sobre México? Não sabiam quem era Fox, não sabe quem é Peña? Não sabe que a "Cruzada contra a fome" é uma estratégia eleitoreira, demagógica e, no contexto de Chiapas, contrainsurgente?

No entanto, Lula está aqui, estendendo a mão a Peña Nieto e dando a benção a um projeto (de empresas como Pepsico e Nestlé) para lucrar politicamente com a pobreza dos mexicanos mais afetados pelo "Livre comércio".

Em Veracruz, há inversões de capital brasileiro para represas hidroelétricas e para a extração de petróleo que o governo estatal anunciou com orgulho (outro nexo brasileiro com um governo priista), mas que os moradores de Veracruz, defensores do meio ambiente, denunciam como lesivas para o país e especialmente para as pessoas que será despojada, despejada, e doentes pelos seus efeitos ambientais. Já se inteiraram dos altos índices de mercúrio no cabelo dos pescadores e vendedores de peixes comestíveis na zona de Coatzacoalcos – Minatitlán?

No entanto, em México há um afã de seguir admirando os governos que na América Latina se apresentam como esquerda, mas governam com projetos predadores de seus próprio território e população (Cristina Kirchner e seus nexos com a mega mineraria e a soja transgênica, ambas tóxicas). Dos governos da América Latina que certa esquerda eleitoral mexicana coloca como referente, todos tem problemas com seus povos índios, a maioria estão por um triz de romper ou já romperam com os movimentos de esquerda que foram seus aliados eleitorais. Alguns como Correa em Equador, dogmatizam que Marx apoiaria o extrativismo mineiro, negando-se a reconhecer as lutas dos próprios cidadãos por se livrar desta praga tóxica e criminal.

Talvez a lição é começar a olha aos povos organizados mais que aos governos e sobretudo @s governantes da suposta esquerda que finalmente, em suas relações com México, comumente preferem ao PRI, como aconteceu sempre os Castros cubanos, grandes amigos e sócios de Gutiérrez Barrios, dos Echeverría e dos Salinas.

Não tudo o qe disse "povo, povo" é realmente de esquerda: Apresentar-se como comparsa do PRI em um dos momentos de maior vitimização criminal do povo mexicano é zombação. Seria como afagar aos ditadores militares do Cone Sul ou aos regimes militares da América Central, do Caribe em nome da "esquerda mexicana"...

E essa "esquerda mexicana", comparsa eleitoral do PAN, comparsa do PRI no Pacto contra México, comparsa de contrainsurgência e, depois de ser a recicladora de quadros aposentados do Salinismo [referência ao governo de Salinas de Gortari, presidente do México de 1988 à 1994, período que antecedeu o levantamento zapatista] e o priismo [atual partido que governa o México], agora provedora de quadros de apoio do PRI, desta esquerda amarela por fora, mas azul por dentro, já melhor nem falemos disso...

 

Obs: Esse título foi dado pelo tradutor do texto, tendo em vista que o título original não permitia vislumbrar o conteúdo do texto em questão.


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