O pedido foi feito pela Justiça argentina há um ano. O objetivo é complementar os autos de um processo sobre supostas fraudes cometidas por Menem em 1997, durante a concessão do sistema radioelétrico do país à empresa francesa Thales.

Segundo a acusação, o ex-presidente se beneficiou economicamente de decisões favoráveis à Thales. Menem ainda pode recorrer da decisão da Justiça suíça diante do Tribunal Penal Federal de Bellinzona, a primeira instância do país para crimes contra instituições públicas.

Menem encerrou essa conta em 2004 e transferiu para alguma entidade desconhecida seu saldo de cerca de 1,5 milhões de dólares. Com a abertura dos dados pelo banco UBS, a justiça argentina alega que conseguirá precisar o destino desse montante.

No final do governo Menem, a companhia francesa Thales foi anunciada como a vencedora de uma licitação sem concorrência. O episódio transformou a Argentina no único país do mundo a conceder o total controle de seu espaço radioelétrico a uma sociedade anônima transnacional.

Desde 2006, a Justiça francesa também investiga a possibilidade de ter havido um caso de suborno em meio ao processo licitatório. Em 2004, ainda durante o governo de Néstor Kirchner, o contrato com a Thales foi anulado. A companhia recorreu imediatamente da decisão e pediu uma indenização no valor de 600 milhões de dólares junto ao Banco Mundial. O pedido foi negado.

Também são réus no processo o suposto lobista da Thales, Jorge Neuss, e o advogado Alberto Gabrielli, então membro da Comissão Nacional de Comunicações da Argentina, órgão responsável pelas negociações fraudadas.