Segundo o presidente da Federação de Sindicatos de Supervisores e Profissionais da estatal Corporação Nacional do Cobre (Codelco), Pablo Fernández, o Governo comete um erro ao impulsionar a privatização do lítio, considerado o petróleo do futuro.
Em junho passado o ocupante do palácio La Moeda inciou a venda das bases para a licitação do lítio através de Contratos Especiais de Operação, que podem ser adquiridos até o 31 de julho.
No final desse ano serão celebrados os primeiros contratos de exploração desse importante recurso.
O lítio deve ficar nas mãos do Estado para financiar as principais demandas do país como educação, saúde e moradia, e consequentemente elevar a qualidade de vida de todos os chilenos, recalcó Fernández.
O especialista desestimou os argumentos de figuras do governo quanto a uma eventual perda de competitividade no mercado caso não se promova a licitação citada.
A melhor opção é garantir que os ganhos gerados no futuro sejam a favor de todos os chilenos e não só de grupos econômicos, explicou.
O economista chileno Julián Alcayaga também ressaltou que não se deve sob nenhum pretexto autorizar a exploração e exportação do lítio como matéria prima.
Se a Argentina já começou a produzir baterias de lítio e a Bolívia já está produzindo carbonato de lítio e prevê, em aliança com empresas internacionais, produzir baterias, não há razão pela qual o Chile não possa fazê-lo, comentou.
A licitação projetada, opinou Alcayaga, não tem outro objetivo que entregar por dezenas de anos a exploração do lítio a multinacionais que "pressionam para obter estes contratos agora, porque consideram que esse é seu governo".
O lítio, que abunda no deserto do Atacama, norte do Chile, é utilizado na indústria farmacêutica, nas baterias de celulares, computadores portáteis e câmeras digitais, entre outros múltiplos usos.
O Chile é o maior produtor mundial de lítio, com 41 por cento, seguido pela Austrália, China e Argentina.