Foto de Bernardo Londoy (CC by-nc-sa/2.0) - Rafael Correa
A resposta do presidente do Equador, Rafael Correa, à proposta do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, da criação de centros de inovação na América Latina e na África a fim de, supostamente, fortalecer as sociedades civis locais, não poderia ter sido mais contundente e adequada: "Nos deixem em paz".
“Os latino-americanos entendemos perfeitamente o que significa isso: mais intervencionismo. Que não nos ajude tanto, que simplesmente vá formar líderes e fortalecer a sociedade civil em seu país, que nos deixe em paz”, disse o presidente Correa durante sua participação na Conferência para o Desenvolvimento da ONU em Genebra (Suíça), afirmando também que os governos progressistas da América Latina devem enfrentar muitas dificuldades com a política imperialista de Washington, através de conglomerados nacionais e internacionais bem articulados utilizando-se de campanha contra esses governos.
Ao enfatizar que cada dia mais as sociedades da região sofrem com desinformação e manipulação praticada pelos grandes meios de comunicação, pelas oligarquias e pelos poderes tradicionais, o presidente equatoriano mencionou que o poder conservador utiliza, a fim de tentar se restaurar, os meios de comunicação sob posse das elites: “Não há nada como a liberdade de expressão, a opinião pública; a opinião é dos donos dos meios de comunicação, não a dos pobres precisamente e nem a dos que querem mudar as coisas”, afirmou o mandatário sul-americano.
Na Conferência da ONU, integrada por autoridades de organismos internacionais, acadêmicos, organizações não governamentais e sociedade civil, o líder da nação equatoriana destacou ainda que seu país é uma das democracias mais estáveis do continente e, através de números, ressaltou o crescimento favorável do país em relação a outros países latino-americanos, assim como a recuperação do poder político em benefício dos cidadãos.