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091014 colombiafarcColômbia - Opera Mundi - Senador, que hoje faz oposição ao presidente Juan Manuel Santos, é o maior crítico aos Diálogos de Paz, que são realizados entre insurgentes e o governo.


O ex-presidente da Colômbia e senador Álvaro Uribe tentou negociar com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) por duas vezes, em 2008 e 2010, com a intenção de usar o Brasil como intermediário das conversas. As tentativas fracassadas foram divulgadas por um colunista da revista colombiana Semana e confirmadas, nesta terça-feira (07/10), pela guerrilha. Uribe é o maior crítico dos Diálogos de Paz realizados entre o governo do presidente Juan Manuel Santos e a insurgência há dois anos, em Havana, Cuba.

As FARC afirmaram, em um comunicado, que representantes do governo de Uribe entraram em contato com um amigo de Jorge Torres Victoria, conhecido como "Pablo Catatumbo", um dos líderes do grupo, para iniciar diálogos. A guerrilha acrescentou que os representantes do governo também queriam que Guillermo León Sáenz Vargas, conhecido como "Alfonso Cano", chefe do Estado-Maior das FARC, estivesse presente nas negociações, que seriam secretas.

O histórico de tentativas fracassadas e que foram utilizadas como isca para emboscar ou matar os insurgentes, no entanto, fez com que os guerrilheiros desconfiassem dos termos propostos. A carta enviada por Uribe em 2008 (e transcrita no comunicado divulgado na terça) dizia que ele não queria “nada com mediadores internacionais ou outros mediadores nacionais que só buscam protagonismo”.

A carta foi entregue a um amigo de Catacumbo. “Diga a ele que estamos interessados em falar de paz. Estamos dispostos a abrir um corredor sem Exército desde a vereda Combia até a vereda Mesa Río Loro para facilitar o encontro com Pablo. Isso será por um mês”.

O jornalista Daniel Coronell, vice-presidente de notícias da emissora norte-americana Univisión e colunista da revista Semana, no artigo em que denuncia as negociações, aponta que a proposta de Uribe previa, além da desmilitarização da área, a aplicação da extradição e o cessar-fogo bilateral. Hoje, "por muito menos, [Uribe] diz que o governo está entregando o país a 'terroristas'”.

O ponto considerado mais estranho pela guerrilha na proposta era o que expressava que o encontro deveria ser “privado e secreto”. Na resposta, ressaltam que, “nessas condições, seria uma ingenuidade ou traição às expectativas públicas que geramos participar de um encontro secreto, pois há no meio muitas desconfianças e isso fez com que o tema das garantias, para poder adiantar quaisquer tipos de conversas, tenha mais importância”.

Em 2010, Uribe tentou novamente uma negociação. Desta vez, a carta foi enviada pelo alto comissário da paz, Frank Pearl, hoje integrante da mesa de diálogos de Havana, propondo que as conversas fossem travadas fora do país com uma agenda aberta. À época, Uribe declarou que o Brasil poderia ser o local dessas primeiras conversas. “Se a reunião der resultado, sugeriremos ao novo governo que continue as reuniões”.

Nos termos propostos, o Brasil garantiria “a segurança e a logística que será acordada pelos participantes do encontro secreto”.

Repercussões

Diante das revelações, Santos pediu que Uribe deixe de se valer da “dupla moral” e se some aos esforços de paz com a guerrilha. “O convido para, em vez de estar sabotando e colocando entraves ao processo, nos sentemos para ver como podemos trabalhar todos juntos”, disse durante reunião do Conselho de Ministros.

No Twitter, Uribe criticou veementemente as afirmações, que chamou de mentirosas. "Uribe buscou a paz com o fim das ações terroristas, sem negociar a agenda nacional e sem impunidade”, afirmou em terceira pessoa. Disse também que Pearl abusou do governo para se autopromover e que a condição para “o diálogo com ‘terroristas’ foi o fim das atividades criminosas”.


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