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180914 colombia cepedaColômbia - Opera Mundi - [Vanessa Martina Silva] Em sessão do Senado, Iván Cepeda pediu que a Justiça do país incorpore os documentos às ações contra o ex-presidente da Colômbia, que se defendeu por uma hora e meia.


Foto: Ivan Cepeda, em pé, sugeriu que sua vida corre risco após a apresentação de provas contra Uribe.

Por uma hora e meia, o senador colombiano Iván Cepeda, do Polo Democrático, apresentou no Senado provas que vinculam o senador e ex-presidente, Álvaro Uribe, às atividades desempenhadas por paramilitares no país. Cepeda estruturou os argumentos do debate, considerado histórico na Colômbia, com recortes de jornais, documentos diversos, depoimentos de paramilitares e vídeos. Uribe, no entanto, se retirou da sala durante a apresentação, para voltar somente no fim da exposição.

Cepeda afirmou que contra Uribe hoje existem sete acusações da Promotoria delegada à Suprema Corte de Justiça. Também estão sendo conduzidas 84 investigações penais e uma investigação preliminar na Suprema Corte de Justiça. Além disso, em Madri o ex-mandatário é investigado pelo crime de descobrimento e revelação de segredos de cidadãos colombianos refugiados na Espanha, além de jornalistas e ativistas de direitos humanos espanhóis.

Cepeda garante que há pelo menos 24 testemunhos de paramilitares, dois de narcotraficantes e um mercenário internacional, em diferentes instâncias, que indicam que Uribe foi cúmplice dos paramilitares. O parlamentar também denunciou a relação da família de Uribe com Pablo Escobar, que chegou a controlar 80% do tráfico de drogas mundial, o ex-chefe paramilitar Luis Eduardo Cifuentes e os cartéis de Cali e Medellin.

"Há sentenças ou depoimentos judiciais que reafirmam ou reconhecem como verdadeiras tais provas. Há duas sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos, uma sentença nos Estados Unidos e pelo menos quatro decisões judiciais internas que comprovam isso", diz Cepeda.

Entre as questões que envolveriam Uribe estão:

- o fato de que o governo de Antióquia, durante o período em que Uribe foi governador, entre 1995 e 1997, não investigou as denúncias de paramilitarismo e teve atitude omissa e desqualificadora com os denunciantes;

- que as convivir (Associações Comunitárias de Vigilância Rural), criadas em 1994 para estimular a participação comunitária na segurança, na verdade foram entidades institucionais a serviço do desenvolvimento do paramilitarismo;

- que as eleições de 2002 foram apoiadas e financiadas por paramilitares. 60 congressistas foram condenados até o momento por envolvimento com grupos militarizados.

- que o DAS (Departamento Administrativo de Segurança), principal centro de inteligência estatal da era Uribe, extinto durante o governo do presidente Juan Manuel Santos, “se converteu em uma empresa criminosa, que, entre outras tarefas, realizou um complô com paramilitares contra a Suprema Corte de Justiça para frustrar investigações sobre parapolítica”, argumentou Cepeda;

- que pelo menos 19 pessoas por ele nomeadas para cargos no governo foram posteriormente acusadas de crimes relacionados com ações paramilitares ou graves violações aos direitos humanos. Destas, cinco foram condenadas, uma está sendo julgada, seis investigadas formalmente e sete estão em investigação preliminar;

- que Uribe teve relações comerciais com pelo menos 11 pessoas condenadas ou acusadas por paramilitarismo e narcotráfico.

De acordo com a exposição de Cepeda, Uribe pode ter cometido 16 crimes, entre enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, homicídio de pessoa protegida, atos de barbárie, desaparecimento forçado e terrorismo. Cepeda encerrou a exposição pedindo que a Justiça do país investigue os fatos mencionados e incorpore os novos elementos às investigações em curso.

Uribe rebate

O senador Álvaro Uribe utilizou a mesma uma hora e meia para refutar as acusações de Cepeda e negou qualquer vínculo ou reunião com paramilitares, mas confirmou que apoiou as convivir.

O senador se retirou do plenário durante a fala de Cepeda para se dirigir à “Suprema Corte de Justiça para radicar provas de que este debate está sendo apoiado pelo grupo terrorista das FARC (Forças Armadas Revolucionárias nda Colômbia) e publicitado pela TeleSUR e o Canal Capital, meios de comunicação que apoiam o terrorismo”, disse, referindo-se aos diálogos de paz que o governo do presidente Santos trava com a guerrilha em Havana e do qual é o maior crítico. Uribe também acusou Santos de apoiar a sessão.

Em sua fala, Uribe defendeu a honra do irmão, já falecido, e a sua própria, nos 30 anos que dedica à política. Também aproveitou a oportunidade para criticar o vice-presidente, Germán Vargas Lleras, que não foi investigado pela suposta vinculação com paramilitares.

Os senadores que continuaram no plenário após a segunda saída de Uribe criticaram a falta de resposta e disposição para o debate apresentada pelo ex-presidente e pediram que as denúncias de Cepeda sejam investigadas na Justiça.


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