Os ministros de Relações Exteriores europeus preveem autorizar neste trimestre a Comissão Europeia a abrir o diálogo formal com as autoridades cubanas. A dimensão do acordo terá de ser pactuada com as autoridades cubanas, de cara muito receptivas a abrir as portas à Europa. Mas a prudência se impõe até o último momento.
A União Europeia adianta-se assim aos Estados Unidos, que declararam um bloqueio a Cuba em 1962. Nos últimos anos, os dois países começaram a normalizar alguns aspectos desse embargo – viagens de cubanos nos EUA a Cuba e remessas de dinheiro por parte dos que estão nos Estados Unidos, por exemplo –, mas nunca foram abertas negociações oficiais para o restabelecimento das relações ou o fim do embargo financeiro e comercial.
Contudo, a União Europeia é o principal investidor estrangeiro em Cuba e o segundo parceiro comercial (depois da Venezuela), com quase 2 bilhões de euros em exportações europeias para a ilha, segundo dados da embaixada espanhola em Havana.
As importações cubanas pesam muito menos (mais de 700 milhões anuais). O turismo também cria fortes vínculos entre os dois territórios: mais da metade das pessoas que visitam Cuba a cada ano são do bloco comunitário.