O presidente Uruguai, Jose Mujica, ofereceu o Palácio Presidencial para abrigar sem-teto durante o inverno.

Mujica, durante as eleições presidenciais de 2009, disse que não se mudaria para o palácio caso fosse eleito. De fato, o presidente uruguaio continuou morando em sua antiga residência na Zona Rural de Montevidéu. O palácio presidencial, chamado Casa Suárez y Reyes, tem três andares, 42 funcionários e é localizado no bairro do Prado, na capital uruguaia. Nesse momento, o palácio é usado apenas para reuniões oficiais.

Tradicionalmente, os presidentes do País costumavam se mudar para lá quando tomavam posse. Mujica, ex-militante guerrilheiro do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros, não só não foi para lá, mas ofereceu o palacete para abrigar moradores de rua durante o inverno.

A decisão de Mujica é uma reação à morte de cinco pessoas no inverno do ano passado por hipotermia. O fato foi motivo de crise que resultou na queda da Ministra de Desenvolvimento Social, Ana Vignoli.

Por causa o incidente do ano passado, o governo começou a remoção de sem-teto para abrigos. Segundo informações, a utilização do palácio presidencial, ou de algumas instalações dele, será feita caso os abrigos não sejam suficientes.

Se vai acontecer ou não, se o palácio presidencial vai receber novos moradores ou não, isso vai depender do rigor do inverno uruguaio, ou melhor, do tamanho da crise social no País.

Mas não dá para negar que a informação é mais uma para a folclórica política do nacionalismo burguês na américa latina. Para aqueles que acham que "governo é tudo igual e ponto final", basta pensar na impossibilidade de Fernando Henrique Cardoso oferecer alguma instalação do governo para moradores de rua. Ou basta lembrar da foto de José Serra beijando a própria mão para não ter que beijar a mão da mulher pobre. A direita prefere prender e colocar fogo no morador de rua, afinal, assim ninguém morre de frio.