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030913 marchaColômbia - PCB - Nós, camponeses, trabalhadores, donas de casa, indígenas, afrodescendentes, desempregados, estudantes, jovens e cidadãos da Colômbia, completamos 12 dias de mobilizações, protestos e rebeldia na Greve Nacional Agrária e Popular.


Com empenho e esperança, as ruas, praças e estradas da pátria se encheram de indignação ante as claramente nefastas consequências do neoliberalismo no país. O caminho da luta defendida pelo movimento campesino ao longo deste ano, com os produtores de café, cacau, batata da região do Catatumbo, tem prosseguimento por aqueles que clamam do governo soluções reais às múltiplas tragédias vividas nas áreas da saúde, trabalho, educação, emprego e produção, geradas por décadas de privilégios para o grande capital nacional e transnacional. A justeza das exigências defendidas pelos camponeses, um dos setores mais afetados pelas lógicas do neoliberalismo, despertou a mais ampla solidariedade a nível nacional ou internacional, demonstrando que não é um problema setorial, mas do conjunto do país.

Os (as) protagonistas deste grande movimento social e popular que se expressam na Greve são homens e mulheres comuns, cansados da indiferença, indolência e repressão com que foram atendidas, durante décadas, todas as suas exigências. Expressões organizadas do movimento popular das mais diversas tradições que tem sido gestores, organizadores e participantes desta grande dinâmica de protesto, que abre portas para a construção de um novo país. O Movimento Político e Social Marcha Patriótica se somou ativamente a este processo, ao ser justamente uma organização cuja base popular, tanto nos campos como nas cidades, luta cotidianamente para reverter as indignas condições de vida a que foram submetidos. As mais de 200 organizações que formam a Marcha constituem o movimento social e popular, que vem gerando não apenas o protesto, mas acima de tudo, propostas aos problemas estruturais que hoje afetam as maiorias do país.

A Greve Nacional Agrária e Popular existe e é uma realidade inevitável, deixando claro que, na Colômbia, o movimento social se fortalece, cresce dia a dia e não está disposto a conformar-se com promessas no ar por parte do governo nacional. É o conjunto do povo, sendo a Marcha Patriótica apenas uma de suas expressões organizativas, o que exige de Juan Manuel Santos soluções de fundo e efetivo, não mais paliativo. No entanto, a resposta mais clara e evidente tem sido a mais brutal e cruel repressão, encabeçada pelo Esquadrão Móvel Antidistúrbios (ESMAD), que atua como um esquadrão da morte. Ao menos 8 colombianos foram assassinados sob total desamparo durante esta semana e centenas foram feridos e detidos. A Polícia Nacional não só lança-se contra os manifestantes em suas legítimas concentrações, infiltrando-as com agentes civis, como ataca e aterroriza os cidadãos em suas casas, disparando nas imediações de ruas vazias durante os toques de recolher. A ordem de militarização de vários povoados e cidades, entre elas Bogotá, e a arbitrária detenção de nosso companheiro Hubert Ballesteros, dirigente camponês, membro da Junta Patriótica Nacional e porta-voz da MIA, mostram a índole da resposta governamental.

O avanço com o estabelecimento da mesa de conversações em Tunja, não pode ocultar que grande parte do movimento camponês foi excluída da mesma. De maneira negligente e irresponsável, hoje, Juan Manuel Santos decide se levantar da mesa e esconde sua incapacidade para lidar com a grave crise que paira sobre o país com acusações vagas, não dando resposta às exigências populares. A mesma mão de Santos que treme indecisa para assinar acordos com os camponeses é a que se ergue firme para fazer acusações temerárias à Marcha Patriótica e ao conjunto da mobilização, pondo em risco nossa vida e segurança. Se na semana passada o presidente negou a existência da Greve Nacional e Agrária, hoje busca desconhecer todo um povo que o protagoniza com a velha prática do macarthismo. Exigimos que o conjunto de organizações e processos participantes na greve seja escutado, com o estabelecimento imediato de uma mesa de conversações nacional, com o intuito de promover solução estrutural aos problemas.

O povo colombiano permanece convocando marchas, concentrações, reuniões e passeatas para demonstrar novamente que a Greve Nacional continua mais viva que nunca e que está sendo construída por todos e todas. A unidade popular segue se fortalecendo nas ruas e nos debates, para fazer frente ao regime econômico e político que demonstrou ser incapaz de resolver os problemas que gerou. Somente a unidade social e popular fará possível a construção de uma saída digna para este conflito que vive o país.

A partir da Marcha Patriótica, parte ativa deste povo que sonha um país melhor, continuamos e continuaremos participando e contribuindo com a construção do movimento social, fazendo frente à repressão e a perseguição. Fazemos um chamado a todas as autoridades locais e nacionais, assim como ao comando das Forças Militares para que cesse a repressão desatada em todo o país, e responsabilizamos o governo de Juan Manuel Santos pelas ações contra a vida e a integridade dos ativistas, dirigentes campesinos e populares, assim como dos cidadãos em geral, que resultem dos anúncios feitos no dia de hoje.

Dizemos a Juan Manuel Santos: fale, continue retardando. Se que acabar com esta greve, dialogue com todo o movimento campesino. Se quer autêntica democracia, receba a oposição política e social. A paz não pode ser um discurso vazio, ao mesmo tempo em que ordena a repressão. A paz só será possível resolvendo, de fato, as exigências hoje defendidas pelo conjunto do movimento camponês, social e popular.

VIVA A GREVE NACIONAL AGRÁRIO E POPULAR!

VIVA O MOVIMENTO CAMPESINO, SOCIAL E POPULAR!

EXIGIMOS A LIBERDADE IMEDIATA DE HUERT BALLESTEROS!

Bogotá, 30 de agosto de 2013.

MOVIMENTO POLÍTICO E SOCIAL MARCHA PATRIÓTICA

Fonte: http://www.marchapatriotica.org

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

 


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