"O propósito destas mesas regionais é reconhecer as vítimas e fomentar sua participação ativa. O reconhecimento dos direitos das vítimas é talvez o eixo principal dentro de qualquer discussão sobre a paz. O fim de um acordo de paz deve ser que não haja mais vítimas do conflito, restabelecendo plenamente os direitos de quem tem sido afetado", disse Fabrizio Hochschild, coordenador da ONU na Colômbia e representante do PNUD.
Esta segunda rodada, que começou em Rionegro, Antioquia, em maio desse ano, promoveu que diferentes atores sociais apresentaram propostas sobre o eixo temático de vítimas contemplado de uma paz estabelecida e duradora. As Mesas de Trabalho Regionais são uma iniciativa das Comissões de Paz do Senado e da Câmara de Representantes, e contam com o suporte técnico das Nações Unidas e o apoio da comunidade internacional, em particular da Suécia, Espanha e a União Europeia. Além disso, a cooperação alemã, GIZ, oferece assessoria técnica.
A Mesa de Ibagué é a nona que se realiza no país. Já se receberam propostas de cidadãos que participaram em Mesas que tiveram como sede a Rionegro (com participantes de Risaralda, Quindío, Caldas e Antioquia); Villavicencio (Casanare, Meta, Guaviare, Guainía, Vaupés e Vichada);Valledupar (Atlántico, La Guajira, Magdalena e Cesar); Montería (Córdoba, Bolívar, Sucre e San Andrés); Cali (Valle del Cauca, Cauca e Nariño); Cúcuta (Norte de Santander, Santander e Arauca); Quibdó (Chocó); e Neiva (Amazonas, Caquetá, Putumayo e Huila ).
Durante seu primeiro dia de trabalho, a Mesa divida em grupos para que no segundo dia os participantes possam apresentar suas propostas. O segundo dia de trabalho, a sessão plenária, conta com a presença de funcionários das Nações Unidas e de membros das Comissões da Paz do Congresso da República.
Todas as propostas serão sistematizadas pelas Nações Unidas e o documento produzido desse trabalho serão entregues às Comissões para que, por sua vez, os entreguem aos países garantidos do processo, Cuba e Noruega, que o farão chegar à Mesa de Conversações do Governo Nacional e as FARC-EP.
De maneira que em todas as Mesas desta segunda rodada, em Ibagué participam setores e expressões sociais, entre elas representantes de organizações; plataformas; movimentos; iniciativas e redes de vítimas; organizações de DH; organizações de camponeses, indígenas, afros, mulheres, sindicalistas, estudantes, de meninas, meninos e jovens, ambientalistas, comunidades LGBTI, iniciativas de paz, igreja, grêmios e empresariado, acadêmicos e pesquisadores.
A primeira rodada de sessões de Mesas de trabalho regionais para contribuir com o fim do conflito, se realizou em outubro do ano passado e também cobriram todo o território colombiano.
*É oficial de comunicação de Pnud.