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300313 venezuelamadurocampanhabigodesreprodVenezuela - Opera Mundi - [Marina Terra] Internautas adicionaram bigodes falsos aos perfis nas redes sociais, enquanto o próprio candidato criou uma coreografia.


Da noite pro dia, a Venezuela foi invadida por bigodes. De diversas formas e tamanhos, eles estão estampados pelas ruas de Caracas em cartazes, murais e aparecem até nos rostos de usuários – e usuárias – das redes sociais Twitter e Facebook. Não se trata de uma nova moda, ou de uma ação de marketing de alguma empresa de lâminas de barbear, mas uma campanha espontânea de partidários do chavismo para o candidato à próxima eleição presidencial, Nicolás Maduro. Dono de um farto bigode, Maduro enfrenta em 14 de abril o candidato da oposição, Henrique Capriles.

Curioso é que, frequentemente, publicitários levam meses – e gastam milhões – pensando em estratégias de campanhas eleitorais ao redor do mundo. No entanto, na Venezuela, os eleitores chavistas e o próprio candidato, foram os responsáveis por lançar as iniciativas mais populares até o momento. Oficialmente, a campanha só começa dia 2 de abril, mas tanto Maduro quanto Capriles, da aliança opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática), já colocaram nas ruas suas propostas.

A febre mais recente é o “Nicolás Shake”, ou a “Dança do Nicolás”, uma coreografia criada por Maduro durante evento com apoiadores no Estado de Zulia essa semana. Enquanto caçoava do adversário, que somente o chama pelo nome próprio, o presidente interino teatralizou Capriles acordando de um sonho e gritando “Nicolás, Nicolás, Nicolás”, sacudindo a cabeça para os lados.

Rapidamente, eleitores começaram a imitar o movimento, comparado ao “Harlem Shake”, vídeo que virou hit na internet e que mostra pessoas dançando aleatoriamente música de mesmo nome.

Já as iniciativas de coletivos de artistas e comunicadores ganharam as ruas venezuelanas e as redes sociais logo após a morte de Hugo Chávez, em apoio a Maduro. Quando o novo pleito ainda nem havia sido marcado, estêncis e cartazes com o rosto do candidato chavista já podiam ser vistos por toda a Venezuela. Muitos deles foram absorvidos pelo governo.

O coletivo Fiju (Força Integradora da Juventude), sediado também em Zulia, é responsável por boa parte deles. Um dos primeiros menciona a antiga profissão de Maduro, que trabalhou como motorista de ônibus em Caracas.

“Chávez marcou o caminho. Maduro está na direção”, diz o cartaz, que traz uma ilustração do presidente interino com as mãos no volante. Outro faz referência ao passado roqueiro de Maduro, que chegou a ser integrante de uma banda de rock. “Madurock”, escreve o cartaz, que leva a imagens do ex-chanceler segurando uma guitarra.

As imagens rapidamente se popularizaram no país, sendo compartilhadas até pelo candidato chavista em sua recém-criada conta no Twitter. De fato, a internet se transformou em ambiente obrigatório para a mobilização do oficialismo e da oposição na Venezuela, tanto que Maduro lançou também, dias após ser nomeado candidato, uma página oficial no Facebook e um blog.

Capriles sempre foi bastante ativo nas redes sociais, por meio da qual faz comentários em tempo real sobre coletivas de imprensa e anúncios do chavismo, além de anunciar o passo a passo de sua pré-campanha à eleição. O governador do Estado de Miranda também se comunica com seus eleitores, respondendo perguntas e retuitando elogios.

Quem também estava sempre conectado era o falecido presidente Hugo Chávez, cuja conta@chavezcandanga ultrapassou um milhão de seguidores. Foi por meio de tuites que o líder venezuelano informou em fevereiro desse ano que havia acabado de aterrissar em Caracas, após quase três meses de tratamento contra um câncer em Havana.

Fato é que, se na eleição passada foram os olhos de Chávez que imprimiram camisetas, cartazes e murais, dessa vez são os bigodes de Maduro que caíram no gosto dos venezuelanos. Dezenas de sites oferecem aplicativos para incluir o adereço virtualmente, com variações que vão do estilo francês – cheio no meio com as pontas enroladas – ao chinês, bem finos e compridos. Verdadeiro, só o de Maduro, sua marca registrada desde os tempos de motorista de ônibus e roqueiro. 


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