Mas quis patrimonializar a enorme demonstração que a cidadania catalã fez com motivo da Diada Nacional, mas os doze parlamentares que deixou no envite mostram que não conseguiu o seu objetivo. De Madrid, tanto políticos como meios de comunicação rapidamente trataram de fazer extensivo esse «falhanço» do líder de CiU ao conjunto do soberanismo, tratando assim de fechar uma ferida que sabem aberta, mas a verdade é que, à vista dos dados, a Catalunha acorda com um parlamento mais soberanista que o de ontem. Concretamente, mais independentista. Os resultados de ERC, que se situa como segunda força, e a forte irrupção da Candidatura d'Unitat Popular (CUP) indicam que os votantes fizeram uma aposta clara porque o seu país atinja a plena independência. Entre o original e a cópia, elegeram o primeiro.
Não só mais independentista, também mais de esquerda. Mas pensava que o caráter plebiscitário da contenda ia conseguir que a sociedade esquecesse a política económica e social que manteve nos dois últimos anos, mas equivocava-se por completo. Estas eleições indicam que na Catalunha soberanismo não é equivalente a CiU e que há possibilidade de articular, à sua esquerda, uma alternativa que conduza realmente a nação catalã para um cenário de plena liberdade.