"Com uma saúde de ferro, viu-se, no entanto, afetado por uma inesperada doença, descoberta e tratada pelo próprio pessoal que o atendia, não foi fácil persuadi-lo da necessidade de prestar atenção máxima a sua própria saúde", comentou Fidel Castro em sua mais recente reflexão, intitulada "O que Obama conhece".

"Desde então, com exemplar conduta, Chávez cumpre estritamente as medidas pertinentes sem deixar de atender seus deveres como Chefe de Estado e líder da nação sul-americana", sublinhou Fidel Castro.

"Em 12 anos, o presidente sul-americano não teve nem um minuto de descanso e de sua mente não se afastam suas obrigações, em certas ocasiões até o esgotamento", destacou.

Fidel ressaltou os vínculos estreitos entre Cuba e Venezuela, e recordou que uma das primeiras atividades promovidas pela Revolução Bolivariana foi a cooperação médica com a nação antilhana, um campo no qual a ilha atingiu especial prestígio na arena internacional.

"Milhares de centros dotados com equipamentos de alta tecnologia provenientes da indústria mundial especializada foram criados pelo governo bolivariano para atender seu povo", assinalou.

"Nossos médicos também consagraram uma parte de seu tempo à formação de médicos venezuelanos e o povo venezuelano começou a receber os serviços especializados dos médicos cubanos, situando-se entre os melhor atendidos no mundo [de modo que] seus índices de saúde começaram a melhorar visivelmente", pormenorizou.

"Sua fecunda inteligência [de Chávez] não tem cessado de consagrar-se ao estudo e análise dos problemas do país, e lhe divertem a baixeza e as calúnias dos porta-vozes da oligarquia e do império. Jamais escutei insultos ou baixezas [de Chávez] ao falar de seus inimigos. Não é sua linguagem", ressaltou.

"Da minha parte, não vacilo em afirmar minha modesta opinião de que a oligarquia jamais poderia governar de novo esse país, é por isso preocupante que os Estados Unidos decidissem em tais circunstâncias promover a derrocada do governo bolivariano", afirmou Fidel.

"Insistir na caluniosa campanha de que na alta direção do Governo bolivariano existe uma desesperada luta pela tomada do comando do governo revolucionário caso o Presidente não consiga superar sua doença é uma grosseira mentira", destacou o líder cubano.

"Pelo contrário" - sentenciou - "tenho podido observar a mais estreita unidade da direção da Revolução Bolivariana".

"Um erro de Obama, em tais circunstâncias, pode ocasionar um rio de sangue em Venezuela. O sangue venezuelano é sangue equatoriano, brasileiro, argentino, boliviano, chileno, uruguaio, centro-americano, dominicano e cubano", assinalou Fidel Castro.