Atualmente, o Ministério do Ambiente (MAE) dirige a campanha "Protege Equador, a responsabilidade é de todos", com o objetivo de informar aos cidadãos sobre as espécies em perigo de extinção e fomentar a proteção das instâncias e seus habitats.
O Equador enfrenta a perda de algumas espécies de importância ecológica, uma delas é precisamente o "vultur gryphus" ou condor andino, cuja precária conservação como espécie o colocaram em prioridade máxima para ecologistas e o governo.
Uma característica desta ave é sua monogamia, que leva cada casal a pôr apenas um ovo, que demora entre 54 e 65 dias para eclodir, o filhote adquire sua independência ao redor dos 18 meses e atinge a maturidade sexual ao redor dos oito anos de idade.
Cada casal de condores cuida de um filhote aproximadamente a cada dois anos. Também, ao ser monogâmicos, dificulta-se o processo de procriação do macho de mais de um filhote durante o período reprodutivo.
Alguns zoológicos do país, em Quito, Baños, Otavalo e Cuenca, tratam de ajudar esta espécie com seus centros de manejo e criação, porque a taxa de reprodução assistida é mais alta que na natureza, segundo a bióloga cuencana Amanda Vega.
Outra causa de seu perigo de extinção é a mudança de sua alimentação habitual, pois as espécies silvestres das quais se alimenta naturalmente o condor, em sua maioria foram extirpadas e substituídas pelos camponeses por espécies com fins pecuaristas.
Inserir espécies alheias para a pecuária, envenenar os restos de animais com o propósito de exterminar depredadores, bem como caçar os condores, que são vistos como um poderoso depredador ou um troféu de caça, aumentam o perigo para as poucas instâncias existentes.
Nos países andinos da Bolívia, Peru e Equador, esta ave é a figura principal de várias lendas. Em Cotopaxi, Equador, diz-se que o condor foi enviado pela divinidade para resgatar uma jovem que se dedicava ao pastoreio de ovelhas e era maltratada por sua família.
Ao levar o condor à jovem, segundo a lenda, sobrevoar a lagoa de Quilotoa e chegar ao ponto mais alto do páramo, ela se transformou na mulher condor e deu a luz aos mensageiros do universo.
Enquanto isso em Imbabura, ao norte deste país, diz-se que esta ave de rapina, ou "senhor Apu Kuntor", foi escolhida pelo grande deus Inti como sua mensageira, que atravessa o arco-íris e leva debaixo de suas asas aqueles que a contaminam para purificar a Pachamama (mãe terra).