Os lavradores exigem às autoridades a indenização de 250 dólares para cada agricultor, e também rechaçam que a lista de potenciais beneficiários não inclui todas as pessoas que se viram realmente afetadas.
A Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Camponesas exige a reincorporação de mil e duzentos produtores excluídos do Registro Nacional de Agricultura Familiar, "que têm direito a receber o subsídio correspondente”, por terem sido vítimas da seca.
Ademais, exigem o pagamento imediato dos atrasos aos beneficiários dos programas sociais Tekoporá e Terceira Idade, Saúde e Educação, aprovados durante o Governo do destituído Fernando Lugo.
O porta-voz da Associação de Produtores de Itapúa, Emiliano Vera, sublinhou que necessitam dos fundos públicos para plantar sementes e poder produzir algodão, pois "é a última oportunidade de ganhar o sustento de nossas casas e famílias”.
As mobilizações são realizadas em diferentes pontos dos departamentos de Missões e de Itapús, onde os camponeses, com paus na mão, fecham as rotas de acesso a capital.
Durante horas da noite a rota é liberada, mas a medida é retomada à luz do dia. Os movimentos camponeses expressaram que a mobilização seguirá enquanto não existir resposta por parte do Governo de Federico Franco.
O presidente da Organização Camponesa de Missões, Jorge Talavera, advertiu aos meios locais que se não receberem uma pronta resposta do Executivo, ao longo da sexta-feira, mais mil trabalhadores irão se unir às manifestações.
Greve de fome
Por outro lado, quase uma centena de camponeses da Comissão Vecinal Santa Lucía, no departamento do Alto Paraná (sudoeste), permanecem acampados em frente ao Parlamento Nacional, exigindo a entrega da terra prometida, pois vivem em barracos há anos.
Parte do grupo de lavradores permanece em greve de fome há vários dias, acompanhados por seus familiares, incluindo mulheres e crianças, para exigir a expropriação de uma parte do latifúndio do empresário Tranquilo Favero que, segundo assinalam, foi obtido de forma fraudulenta.
A Comissão denunciou que Favero distribuiu dinheiro a legisladores para que esses engavetassem o projeto de expropriação das terras mencionadas.
A notícia é da TeleSUL.