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140812 drogasMéxico - TeleSur - A suspeita popular de que o narcotráfico não é meramente um domínio selvagem de máfias criminosas locais glorificadas, que conseguem colocar em cheque um governo, mas sim um sistema organizado no poder estatal e algumas corporações, especificamente bancos que lavam dinheiro nestes cartéis, tem se confirmado nos últimos tempos.


No caso do banco HSBC do México, um dos maiores bancos do mundo, ligado à lavagem de dinheiro do narcotráfico mexicano, com a cumplicidade dos seus mais altos executivos, é um indício que revela o que parece ser uma estrutura oligárquica do tráfico de substâncias ilícitas - e armas - que conta com a vista grossa dos governos de vários países.

Uma nova prova nesse sentido foi revelada pela Al Jazeera, um dos meios de comunicação de maior qualidade jornalística do mundo, que publicou esta semana declarações de um funcionário do governo de Chihuahua, que mostrou que a CIA "não luta contra os narcotraficantes", os "administra".

Guilhermo Terrazas Villanueva, coordenador de comunicação deste estado fronteiriço, disse à Al Jazira que acabar com o narcotráfico seria acabar com seu próprio negócio "se acaba com as pestes, vai ficar sem trabalho", foi a expressão usada por Terrazas Villanueva. Ainda que este funcionário não é da mais alta hierarquia, sua declaração expressa, com possível conhecimento de causa, um sentimento popular amparada na evidência histórica da relação da CIA com o tráfico de drogas.

Al Jazeera também entrevistou o professor Hugo Almada Mireles, da Universidade Autônoma de Juárez. "A guerra contra as drogas é uma ilusão. É parte do raciocínio para invadir a América Latina", disse Almada, que citou como referência a operação Rápido e Furioso, na qual o FBI vendeu armas a criminosos mexicanos supostamente para poder rastrear estas armas.

Desde 1996, o diário San Jose Mercury registrou o papel da CIA movendo cocaína colombiana via Nicarágua, para injetá-la nos guetos de Los Angeles, dando o ponta pé para a febre do crack.

Mesmo tendo conhecimento de que no México o narcotráfico corrompeu as instituições (ou as mesmas instituições geraram o narcotráfico), o papel da CIA e do governo dos Estados Unidos provocando magnicídios em território mexicano não tem sido dimensionado. Pela certeza de que a CIA é, no final das contas, parte da estrutura do narcotráfico, os mexicanos estariam vivendo em uma terrível ilusão, gastando bilhões dos contribuintes para representar uma sangrenta simulação violatória da autonomia nacional.

Isto evidentemente explica as leis de proibição de plantas medicinais como a maconha, capitalizadas e desvirtuadas dentro de uma máfia lacerante da psique coletiva (lembremos da celebração dos narcotraficantes no 50º aniversário da proibição promovida pela ONU). Há pouco mais de um ano, repassamos a história da criminalização da maconha confirmando uma complexa rede, em cujo centro confluem múltiplos interesses coorporativos e governamentais, sob a fachada de uma lição e hipermediatizada "guerra contra as drogas".

De uma forma geral, este fenômeno revela a existência, e se as teorias da conspiração se aplicam, de uma espécie de elite que faz negócio com as vidas dos cidadãos comuns, consolidando o controle dos bancos, das polícias e dos meios de comunicação. O narcotráfico talvez seja o maior negócio do mundo e aqueles que colhem seu maior lucro não são quem saem nas notícias, são alguns dos mais altos funcionários e empresários.

Como é possível que depois de décadas de combate, bilhões de doláres utilizados, monumentais recursos humanos e de inteligência, uma constante propaganda contra o narcotráfico, os resultados que apareçam nesta cruzada sejam o aumento do consumo, distribuição e, em particular, lucros desta atividade? Isso só pode ser explicado se por trás dos bastidores, os grupos mais influentes (bancos, corporações, governos) se beneficiam de algum modo da sobrevivência do narcotráfico.

Mas estas são as instituições as quais devemos render respeito e acatar suas decisões?

Fonte: Ruptura.org


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