1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)

250215 tprArgentina - PCO - Reproduzimos aqui matéria da organização política argentina Tendencia Piquetera Revolucionaria (TPR) sobre a marcha realizada dia 18 em Buenos Aires.


Juan Marino, dirigente da Tendência Piquetera Revolucionária (TPR), declarou que: "nós da TPR repudiamos a marcha #18F e chamamos a todos aqueles que querem justiça para Nisman e AMIA a não participar, porque os seus organizadores não dizem uma palavra contra os serviços de inteligência. Pelo contrário, reivindicam a ingerência dos serviços imperialistas na investigação do crime e desenvolvem um plano claramente golpista na situação política atual. Como TPR, chamamos a esquerda a levar adiante uma campanha unitária de atividades para disputar as ruas com a direita, que desemboque em uma grande mobilização no próximo dia 24 de março, em mais um aniversário do golpe militar, pela dissolução de todos os serviços que operam impunes tantos sob a ditadura quanto sob a democracia. Quem quer justiça pelo assassinato de Nisman e pelo atentado contra a AMIA não tem que marchar com a direita que defende os serviços de inteligência, devem marchar com a esquerda e com os familiares que lutam contra a impunidade".

O #18F não é por Nisman nem pela AMIA. Seu objetivo é juntar apoio para dar um golpe no Congresso

Juan Marino denunciou: "A convocação do 18F tem um caráter claramente direitista, golpista e pró-imperialista. Isso é assim independentemente das razões que motivam cada pessoa a participar da marcha. Por respeitarmos e sermos parte do clamor popular por justiça ao assassinato de Nisman e no caso da AMIA é que denunciamos a operação política em curso. Os elementos estão à vista de todos: a marcha coincide com o pedido de julgamento político de Cristina Kirchner e Timerman que fizeram Carrió e Sanchez. Por isso, não é por acaso que Carrió convocou a marcha declarando "se encostarem na gente, o governo cai". A direita grita para quem quiser ouvir o seu cálculo político, e ganha as ruas sabendo que um governo repressor como o de Cristina bem que pode cair na provocação golpista e possibilitar uma escalada política. Foi exatamente o que aconteceu na Venezuela em 2014. É importante destacar que o "julgamento político de Cristina" não é uma escaramuça isolada de Carrió. Laura Alonso, deputada do PRO (Proposta Republicana), disse que o julgamento deveria ser "considerado". Recordemos que Carrió e Macri acabam de fechar um acordo eleitoral e que Alonso é vice-presidenta da comissão de Julgamento Político no Congresso. Por isso, nesse quadro político, a marcha do #18F opera objetivamente como uma iniciativa de rua da direita para impulsionar um plano golpista por parte da oposição no Congresso".

Nem justiça nem independente: são promotores direitistas

No que diz respeito aos juízes e partidos que estão convocando a marcha, Marino declarou: "Os jornais falam abertamente da amizade de Stornelli, um dos promotores que convocam a marcha, com Macri, e dos vínculos de Marijuán, outro dos que convocam o 18F, com a Frente Renovadora. Imediatamente depois de lançada a convocação, toda a oposição patronal se juntou: Macri, Carrió, Massa, Pino Solanas, Sanz, Binner, Negri e até Cecilia Pando. Todos esses partidos reivindicam os serviços de inteligência do imperialismo, como no caso de Macri, que admitiu publicamente ter designado Fino Palacios por recomendação da DEA, do FBI, da CIA e do Mossad. E se faltava alguma personagem reacionária, também assinam a convocação a Sociedade Rural e as câmaras empresariais, de mineração, turismo e de comércio dos EUA e da Argentina. Por sua vez, dois dias antes da marcha, de forma muito sugestiva, chega em nosso País uma suposta "delegação" do Congresso norte-americano para ter, segundo publicou o Clarín, contatos "oficiais e extraoficiais" a respeito do caso Nisman. Ou seja, estão dizendo abertamente que vêm preparar uma ofensiva imperialista contra nosso País. Seu único interesse verdadeiro nos casos da AMIA e de Nisman é defender a atuação mafiosa e escondida da CIA e do Mossad. Nós da TPR denunciamos esta intervenção estrangeira que só pode promover mais conspirações e impunidade. É a partir todos esses elemtnos que, com absoluto apego à verdade, podemos afirmar que a marcha #18F está sendo convocada por promotores direitistas, partidos patronais que defendem os serviços de inteligência e o próprio imperialismo ianque".

A burocracia de Moyano e Barrionuevo: marcham com a direita e o imperialismo mas não convocam nenhuma marcha para as paritárias

Em relação à burocracia sindical, Marino denunciou: "Moyano e Barrionuevo somaram-se à mobilização, em sua linha de associar-se à oposição patronal e prepara-se para negociar com o próximo governo. Enquanto isso, estão traindo o movimento operário paralizando as organizações sindicais centrais face às paritária de 2015. Contra esta orientação da burocracia, os trabalhadores devemos desenvolver uma campanha independente pela unidade dos que lutam com o seguinte programa: dissolução de todos os serviços de inteligência, abertura dos arquivos e sua entrega a uma comissão independente, apoiar a luta piqueteira por um aumento de 70% dos restaurantes populares e intervir na paritárias, que já começaram pretendendo um aumento de 50%".

O #18F se enquadra na campanha golpista e belicista do imperialismo ianque na América Latina e em todo o mundo

O dirigente da TPR advertiu que "o #18F se enquadra na campanha golpista e belicista do imperialismo ianque. Inscreve-se num quadro em que os Republicanos obtiveram maioria parlamentar nos EUA e se encaminham inclusive para tomar a presidência. Por sua vez, os EUA se encontram encabeçando uma coalizão militar anti-jihadista que está bombardeando o Oriente Médio usando o ISIS como uma desculpa para reforçar sua ingerência imperialista no continente. O vice-presidente de Obama, Joe Biden, acaba de reclamar na Conferência de Segurança de Munique uma enérgica intervenção do imperialismo na Ucrânia em defesa do governo golpista de Poroshenko oferecendo-lhe publicamente armamento militar. Não só isso: Biden foi apontado pelo próprio presidente da Venezuela, Maduro, como o principal organizador do golpe econômico em curso naquele País. Sem nenhum tipo de ambiguidade, o presidente da Venezuela denunciou que o vice-presidente dos EUA esteve reunido com presidentes da América Latina para anunciar a queda próxima do governo de Maduro. Nesse mesmo sentido, a oposição pró-imperialista no Brasil, de Aécio Neves, ganhou a presidência da Câmara dos Deputados, assim que o direitista PMDB rompeu seu acordo com o PT, e o próprio FHC chamou a remoção do governo Dilma "por fora", ou seja, um golpe militar, ou "por dentro", o que seria um golpe parlamentar. Não por acaso, a imprensa do imperialismo ocupou-se de tentar aprofundar o desgaste eleitoral de Cristina a partir do caso Nisman e das piadas xenófobas em sua viagem à China. Os trabalhadores argentinos não podemos nos prestar às manobras do imperialismo, e por isso temos que repudiar energicamente a marcha golpista do #18F".

Os K se adaptam ao #18F porque estão a favor da impunidade dos serviços de inteligência

Em relação à postura do governo, Marino apontou: "o kirchnerismo, de sua parte, cúmplice do encobrimento, não enfrenta seu caráter golpista nem pró-imperialista, mas trata de mostra-se garantidor da impunidade. Por isso Marangoni, candidato de Scioli para a Cidade de Buenos Aires, foi ao discurso inaugural do novo embaixador ianque na Argentina no dia 5 de fevereiro. Nessa mesma linha, Pampuro, vice-presidente do BAPRO, que integra as filas do sciolismo, chamou abertamente a participação no #18F. De sua parte, Aníbal Fernández disse que 'alguns militantes' kirchneristas irão à marcha do #18F. O kirchnerismo compete com a oposição para encobrir e ser pró-imperialista. Por isso não impulsionam a abertura dos arquivos, mas reciclam a SIDE e a AFI. Justamente por isso é uma impostura o plano de Landau, apoderado do PJ, que planejou a futura recusa de todos os juízes que participem da marcha, quando não buscaram recusá-los por toda a impunidade que garantiram até esse momento, ao mesmo tempo que incorre em um plano bonapartista que cerceia a liberdade política. Rechaçamos essas ameaças de perseguição. Só a esquerda e os familiares podemos oferecer uma saída para a crise".

A esquerda deve ter uma posição clara. Defendemos uma campanha unitária

O dirigente da TPR concluiu suas declarações afirmando que "a esquerda deve ter uma posição clara e levar adiante uma campanha unitária para intervir nessa crise e marcar um caminho de luta contra a impunidade. Como TPR fomos os primeiros a nos pronunciar contra o assassinato de Nisman e também fomos os primeiros a nos pronunciar contra o #18F no programa de televisão Intratables. O MST, pelo contrário, saiu exigindo dos promotores encobridores que convocaram a marcha #18F que incorporem a exigência de uma 'CONADEP' para o caso AMIA e que, se isso ocorrer, eles concorrerão. Trata-se de uma impostura, porque se a marcha 18F tivesse um caráter potencialmente progressista, o que corresponderia é concorrer e disputar sua direção, mas, ao contrário, estamos diante de uma marcha cujo conteúdo e fisionomia reacionárias já estão bem definidas, e por isso deve ser repudiada. Essa posição do MST foi antecedida por um comunicado onde propuseram que 'se a oposição tradicional quer a verdade, que impulsione uma CONADEP' em relação à convocação publicada pela direita. Aqui não se trata de polemizar com a oposição no terreno da luta contra a impunidade, precisamente porque essa oposição opera para aprofundar a impunidade da mão do impeiralismo, e por esse motivo deve ser denunciada frontalmente. Deve-se rechaçar todo esse flerte com a direita pró-imperialista, e por isso saudamos que os três partidos da Frente de Esquerda, assim como o MAS, já se tenham pronunciado contra o #18F. Advertimos, no entanto, que em seus comunicados, o PO e o PTS não colocaram a dissolução dos serviços de inteligência, diferentemente da Esquerda Socialista, que o fez, quando são os serviços de inteligência que estão envolvidos nos crimes cujo esclarecimento nós pedimos. Tanto a Esquerda Socialista como o PO colocaram a necessidade de desenvolver uma mobilização alternativa ao #18F. Na TPR estamos de acordo, e por isso criticamos que não tenham vindo no dia 4 de fevereiro. Chamamos a realizar uma reunião aberta a toda a esquerda e aos lutadores imediatamente, para colocar de pé uma campanha unitária desde já, que culmine em uma grande mobilização na Praça de Maio no próximo 24 de março".


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.