No Palácio das Convenções de Havana, sede permanente do diálogo de paz com o governo colombiano, o chefe da delegação guerrilheira, Iván Márquez, divulgou iniciativas para garantir o exercício da política à insurgência e seus combatentes.
O trânsito das FARC-EP ao palco da luta política estaria precedido de mudanças institucionais permanentes para garantir os direitos políticos dos membros das organizações guerrilheiras em rebelião contra o Estado, inclusive os presos políticos e os prisioneiros de guerra, afirmou.
Pouco antes de iniciar outra jornada das conversas, Márquez afirmou que o ou os movimentos que surgirem como consequência do Acordo de Paz, seus dirigentes e militantes, teriam garantias especiais de segurança.
Além disso, acrescentou, devem contar com um financiamento estatal e ter participação direta no Conselho Nacional Eleitoral.
Tais grupos políticos teriam, também, condições especiais de acesso à propriedade e à participação nos meios de comunicação estatais, inclusive sua programação.
O chefe da delegação insurgente agregou que, em caso da assinatura de um tratado de paz, devem ser propiciadas as mudanças requeridas para a participação direta no poder legislativo, nas assembleias departamentais e nos concelhos municipais.
Tais transformações incluem a eliminação permanente de qualquer proibição ou impedimento que possa afetar o pleno exercício desses direitos por parte dos integrantes das organizações guerrilheiras, assinalou Márquez ao ler um comunicado.
O texto alude também a outras formas de participação, à formação de uma comissão permanente de rastreamento à participação política e à criação de uma circunscrição especial de paz no Congresso dessa nação sul-americana.
Ao perguntar nesta sexta-feira sobre um suposto encontro de membros da delegação das FARC-EP com o presidente do Uruguai, José Mujica, Márquez nem negou nem confirmou o fato, mas disse que esse presidente é um homem que quer a paz para a Colômbia.
Também agradeceu sua ação de pedir ao Papa Francisco apoio a este processo.