1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)

racismoAmérica Latina - Esquerda Diário - Elias foi chamado de macaco, mas para a Conmebol isso pode não ser racismo.


No jogo Corinthians e Danúbio Azul do Uruguai, válido pela Taça Libertadores da América, sobrou futebol, com mais uma vitória do classificado Corinthians, mas faltaram ações contra o racismo.

Infelizmente o esporte tem registrado cada dia mais casos de racismo. Grafite, Arouca, Aranha, Tinga, Fabiana e agora Elias do Corinthians. Por volta dos 20 minutos de partida, após uma ótima jogada dele, que terminou em falta, Elias foi ofendido pelo jogador Gonzalez do Danúbio, sendo chamado de macaco. No intervalo, quando a TV ainda não tinha certeza sobre o teor da ofensa, ao questionar Elias sobre o que havia acontecido, os repórteres ouviram do jogador que "aconteceu algo sim, mas vou me focar na partida", após, por duas vezes, tentar cumprimentar Gonzáles antes de sair de campo e ser ignorado pelo jogador.

O clube brasileiro optou por não registrar Boletim de Ocorrência. Após o final do jogo, chefe de segurança do clube, Coronel Dutra, o Corinthians pediu que fosse relatado na súmula as ofensas de González contra Elias, mas o árbitro, afirmou que não testemunhou as ofensas ao jogador, e por isso não poderia registrar o ocorrido.

Presidente do Corinthians, Roberto de Andrade afirmou que não prestar queixa foi uma decisão tomada por Elias. "A decisão foi do atleta. A gente entende que o que acontece dentro de campo fica dentro do campo. (...) Temos que ter dó do ser humano que faz isso, ele é quem tem que estar chorando e arrependido", afirmou.

Segundo Dutra, o secretário geral da CONMEBOL disse que "isso podia não ser racismo", pois em outros países da América Latina essa palavra não teria essa conotação, argumento que foi desmentido por Paolo Guerreiro, atacante peruano do Corinthians, "Isso não existe, em todos os países é racismo", defendeu Guerrero.

Alguns jogadores do Corinthians, indignados, comentaram o assunto, cobrando punições para mais um caso de racismo no esporte.

"Estava bem próximo do lance. Algumas pessoas podem me criticar pelo meu comentário. Eu senti vergonha de ser humano naquele momento. Toda hora a gente fala que não é legal, que é desnecessário. Ainda assim fazem. Tem que ter uma solução. Podem usar a imagem para identificar os responsáveis. E a Federação punir o atleta e o clube. Não cabe mais. Passou, a gente nem tem mais argumento. O atleta, acima de tudo, precisa entender que o futebol tem três resultados: vitória, empate e derrota. O que não pode é diante de uma derrota o atleta ter uma atitude tão feia e pequena", comentou Emerson Sheik.

Outro que desabafou contra a postura do jogador uruguaio foi o goleiro Cássio.

"[Ele] Fez o gesto de macaco e ofendeu o Elias, isso é lamentável. Nós conseguimos dar a resposta correta, que é dentro de campo, ganhando o jogo. Já aconteceu tantas coisas, de repente tem que ser mais severo, do jeito que está é chato. O Elias é um cara que tem que ser parabenizado, jogador de seleção, cabeça boa, mas se for um jogador cabeça fraca pode dar em briga, confusão. Tem que ter medida severas com esse tipo de coisa que acontece", cobrou o goleiro corintiano.

Estrela da partida e autor de três gols na noite dessa quarta-feira, Paolo Guerrero também comentou o assunto. "É triste ouvir isso, que tem pessoas ainda que falam ’macaco’ para outras. Estou um pouco triste pelo episódio de racismo com o Elias".

Segundo Guerreiro, Elias saiu abatido com o xingamento que ocorreu no começo da partida. O meio-campista corintiano optou por uma saída alternativa do estádio para não falar com jornalistas. "[Elias] Está um pouco chateado, triste, conversei com ele e demos uma força para que ele não fique assim", explicou em entrevista ao UOL.

As declarações da CONMEBOL, a recusa de Elias em denunciar este caso precisa ser debatida. Publicamos aqui uma opinião.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.