O ato foi convocado pela central sindical UNTC e teve adesão de outras entidades classistas para denunciar a alta taxa de desemprego, perda do poder de compra e os salários dos funcionários públicos que estão congelados desde 2011, entre outras reivindicações.
"As pessoas que estão aqui representam a classe trabalhadora do país. Todos os que não vieram, ou preferiram estar nas festas ou em passeios e almoços grátis podem ver aqui que a nossa luta é também por elas. Portanto o que nós queríamos era transmitir uma mensagem de insatisfação sobre o desemprego e a situação laboral em que vivemos e acredito plenamente que alcançamos o objectivo" declarou Júlio Ascensão Silva, secretário-geral da UNTC-CS.
Ele afirmou também que as perspectivas dos trabalhadores e trabalhadoras cabo-verdianos para os próximos anos não são animadoras, mas garantiu que os próximos atos de 1º de Maio se expandirão para além da Ilha de Santiago, onde fica a capital Praia.
"Nós queremos que [esse dia de mobilização] se enquadre na história do sindicalismo a nível mundial, uma vez que é um dia de luta, de reflexão e de homenagem àqueles que perderam a vida em prol da redução do horário e da melhoria das condições de trabalho, da melhoria e do direito a férias, entre outros direitos sociais", esclareceu à imprensa.
O presidente do Sindicato de Indústria, Agricultura, Comércio, Serviço e Afins (SIACS), Gilberto Lima, acredita que existe no país uma tensão social devido aos incumprimentos das leis trabalhistas em nível de educação, segurança e saúde. Criticou também o governo por não ter criado postos de trabalho para os jovens. Ele aconselha à redução da taxa de eletricidade e água, melhora no setor da saúde e aposta na segurança para que a vida da classe trabalhadora seja melhorada, segundo declarou à Inforpress.
As entidades de representação da classe trabalhadora cabo-verdiana ameaçam com uma greve geral caso o governo não atenda às suas reivindicações.