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310812 jes 1Angola - Esquerda - Apesar de recaírem sobre si acusações de alegadas práticas de corrupção e de abuso dos direitos humanos, e de se encontrar há 33 anos no poder sem nunca ter sido formalmente eleito, Eduardo dos Santos “talvez seja o autocrata africano que o mundo menos conhece”, adianta o Guardian.


“Ele tem um traço autoritário com uma milha de largura, dizem os seus inimigos, e governa o seu país há mais tempo do que Robert Mugabe. No entanto, José Eduardo dos Santos talvez seja o autocrata africano que o mundo menos conhece”, sublinha o jornal britânico.

Há 33 anos no poder, o que o torna no segundo chefe de Estado mais antigo do continente africano, logo após Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, da Guiné Equatorial, José Eduardo dos Santos prepara-se para exercer um novo mandato e, mediante uma revisão constitucional, permanecer no poder até, pelo menos, 2022.

Os seus críticos comparam-no “a um Maquiavel que habilmente se conseguiu esconder à vista de todos, evitando a retórica inflamada dos seus homólogos enquanto astutamente cortejava os EUA, Brasil e China. A sua imagem nos cartazes de campanha nos arredores de Angola é leve, discreta, quase benevolente”, escreve o correspondente do Guardian em África, David Smith, no seu artigo “O angolano José Eduardo dos Santos: o autocrata africano menos conhecido”.

"Ele é um ditador que não é tão extravagante como os ditadores africanos comuns e isso tem iludido muitas pessoas em África”, sublinhou Rafael Marques de Morais, autor de vários relatórios sobre o alegado envolvimento da família ‘Dos Santos’ e dos seus aliados políticos em negócios corruptos, e que é citado neste artigo do Guardian.

José Eduardo dos Santos “é um ditador retirado, mas a forma como ele usa as empresas para beneficiar a sua família coloca Mobutu a um canto”, adiantou ainda este jornalista e ativista anti corrupção, sublinhando que “ele aprova leis para fazê-lo” e que o chefe de Estado angolano “sempre confiou mais na corrupção do que qualquer outro ditador”.

Elias Isaac, diretor da Open Society Initiative de África do Sul, afirmou, por sua vez, que Eduardo dos Santos passou a controlar vários “inimigos pessoais - generais, polícias, políticos – oferecendo-lhes diamantes, empresas e riqueza”. “Ele criou um sistema de sucção de sangue, no qual ele é a veia principal. Eles não podem deixá-lo ir. Uma sanguessuga não pode sobreviver se a veia principal não estiver lá", avançou Isaac.

Segundo Rafael Marques de Morais, as eleições desta sexta feira estão, à partida, viciadas. “O sistema inteiro é apenas uma fraude", defendeu, escudando-se numa auditoria pré-eleitoral realizada pela Deloitte, que identifica várias irregularidades no processo eleitoral, entre as quais o registo de eleitores fora dos prazos estipulados e a falta de transparência no que respeita às assembleias de voto.

No seu artigo, o correspondente do Guardian em África, David Smith, faz referência ao império de negócios da família 'Dos Santos' e à ligação de Isabel dos Santos, filha mais velha de José Eduardo dos Santos, com Portugal, onde a empresária detém ações nos setores da energia, telecomunicações e empresas financeiras.

Foto: Foto de Paulo Novais, Epa/Lusa.


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