Angola, o segundo maior produtor de petróleo da África durante os últimos 32 anos, só ultrapassado pela Nigéria, terá eleições no próximo verão, segundo um comunicado divulgado nesta quarta-feira pelo gabinete de Santos, que informou da decisão do atual presidente sobre a data, depois de uma reunião do Conselho da República, um órgão consultivo cujos 19 membros incluem altos funcionários governamentais, líderes da oposição e juízes.

A eleição será a segunda de Angola desde o fim da guerra civil, que durante 27 anos e até 2002 enfrentou o pró-soviético Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o partido de Santos, contra a pró-imperialista União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), financiada na altura pela África do Sul do Apartheid e pelos EUA. O MPLA conseguiu vencer a guerra umha década mais tarde da queda da URSS e tendo-se transformado numha força pró-capitalista num sistema multipartidarista e corrupto. Em todos estes anos, o MPLA tem mantido o governo, sendo que, em 2008, derrotou os seus rivais da UNITA obtendo 82% dos votos.

Desde então, Santos reforçou o seu domínio sobre o poder sob uma Constituição de 2010 que eliminou a votação presidencial direta e tornou presidente o líder do partido parlamentar vitorioso.

Angola representa uma das economias africanas de crescimento mais acelerado inclusive no atual tempo de crise capitalista global, se bem com importantes índices de desigualdade social e económica.